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Montenegro assina contrato para construção de centros de acolhimento de imigrantes em situação ilegal

O chefe do Governo considera que vão servir como forma de dissuasão para a imigração irregular e para mostrar que Portugal "não vai ser complacente com o incumprimento" das regras.

SIC Notícias

O primeiro-ministro assinou, esta quarta-feira, contratos para a construção de dois centros de acolhimento de imigrantes em situação ilegal - um em Lisboa e outro no Porto- que terão capacidade para acolher mais de 300 pessoas. Luís Montenegro considera que vão servir como forma de dissuasão para a imigração irregular e para mostrar que Portugal tem regras.

"Portugal está a construir instrumentos que têm viabilidade no que concerne a aplicação das regras. Não vamos ser complacentes com o incumprimento", disse Montenegro, referindo-se a estes dois centros, um projeto avaliado em 30 milhões de euros e que tem financiamento do PRR.

No discurso que proferiu no Ministério da Administração Interna, tendo a ouvi-lo os ministros da Presidência (António Leitão Amaro), da Administração Interna (Margarida Blasco) e da Coesão (Castro de Almeida), assim como responsáveis das diferentes forças de segurança, Luís Montenegro insistiu em duas medidas que o seu Governo minoritário não conseguiu fazer passar no parlamento, durante a legislatura que agora termina:

"Apesar de termos terminado com o mecanismo da manifestação de interesse, que era o objeto principal da entrada desregulada de imigrantes em Portugal, houve um eixo da estratégia que não foi executado. Infelizmente não dependia só do Governo, dependia da Assembleia da República. Esse eixo era a criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP e a agilização dos processos de retorno de cidadãos que se encontram de forma ilegal no nosso país", apontou.

O primeiro-ministro aproveitou o momento para se demarcar dos extremos políticos, embora sem mencionar os partidos visados pelas suas afirmações.

"Não vale a pena assustarmos o nosso povo com o contrário daquilo que somos. Somos um povo aberto ao mundo, que construiu pontes em todos cantos do mundo. Somos um povo com uma cultura de relação que não é compaginável com um território fechado. Nós estamos abertos a acolher, só que não podemos confundir essa abertura com uma desregulação completa", completou.

Abriu o primeiro centro de apoio a migrantes gerido por associação nepalesa

O primeiro Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) gerido por uma associação nepalesa abre esta terça-feira ao público no Martim Moniz, um projeto de integração que a associação quer abrir a todos.

"Estamos à espera de ajudar o maior número de nepaleses e sul-asiáticos, mas também qualquer pessoa que nos procure", afirmou à Lusa, o presidente da associação Nialp, Kamal Bhattarai.
"É o primeiro CLAIM deste tipo e estamos muito contentes por termos esta responsabilidade de servirmos como exemplo."

A comunidade de habitantes do Nepal, Índia e Bangladesh é estimada em mais de 200 mil pessoas e Kamal Bhattarai reconhece que a língua é o principal desafio.

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