A Câmara Municipal de Almada decidiu, esta quinta-feira, interditar a circulação de pessoas no cais do Ginjal, em Cacilhas, devido ao estado de degradação da zona. O local é conhecido pelos restaurantes com vista para o Tejo e atrai dezenas de turistas todos os dias.
A sinalética de perigo foi reforçada esta quinta-feira, mas só na próxima semana a passagem vai ser verdadeiramente vedada. A preocupação está nos buracos de grandes dimensões ao longo do percurso que liga o terminal fluvial de Cacilhas a três restaurantes em OIho de Boi, que, à custa das redes sociais e da famosa série da Netflix "La Casa de Papel” se tornaram numa verdadeira atração para os turistas.
“Quebra já temos alguma, sem dúvida. Já tive alguns clientes que, inclusive, disseram que tinham de cancelar a reserva porque não se sentiam seguros”, admite CarlosGarcia, gerente dorestaurante Atira-te ao Rio.
“Para além do buraco, não existe luz neste caminho”, explica.
Câmara de Almada e Porto de Lisboa empurram responsabilidades
Uma situação que se arrasta há vários anos e que, segundo pescadores e comerciantes, só pode ser resolvida com um consenso entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Porto de Lisboa. “Caso não seja possível uma obra pública, que nos deixem, a título privado resolver isto”, pede Carlos Garcia.
Em comunicado, a autarquia de Almada diz que a interdição à passagem de pessoas tem em vista “o restabelecimento das condições de segurança”, mas não avança com um projeto para o local. Até porque acredita que a responsabilidade das obras é da administração do Porto de Lisboa.
Em resposta à SIC, a administração do Porto de Lisboa rejeita responsabilidades. Garante que, apesar da área em questão se encontrar sob jurisdição portuária, “não se trata de domínio público marítimo” e que, por isso, as intervenções necessárias são da competência da autarquia.
A situação de alerta decretada pelo município de Almada vai estar em vigor até ao dia de 1 de maio, mas pode vir a ser renovada, se até lá nada for feito.