O executivo de Fernando Medina na Câmara de Lisboa tinha recusado retirar jacarandás da Avenida 5 de Outubro para construir um parque de estacionamento. O relatório de passagem de pastas mostra que, em 2021, a autarquia não tinha chegado a acordo com o promotor do parque. As árvores começaram a ser retiradas esta quinta-feira e, já esta manhã, iniciou-se a plantação dos jacarandás prometidos por Carlos Moedas.
Uma árvore que caiu com a força da depressão Martinho, deu lugar, na manhã desta sexta-feira, a um dos 39 jacarandás que a Câmara de Lisboa prometeu plantar na Avenida 5 de Outubro.
Mais à frente, na mesma rua, os trabalhadores responsáveis por remover 45 árvores chegaram também logo pela manhã. Mas, ao contrário do que aconteceu quinta-feira, os trabalhos não arrancaram. Pode ter sido o resultado da providência cautelar que o PAN interpôs para impedir o abate das árvores e tentar que seja encontrada uma alternativa.
Uma alternativa que o anterior executivo camarário também tentou encontrar. Em 2019, a autarquia então liderada por Fernando Medida já tinha emitido um parecer, divulgado agora pela revista Visão, para rever a obra, de forma a manter todas as árvores.
Dois anos depois, o relatório de passagem de pasta dos pelouros do Planeamento e Urbanismo da autarquia, a que a SIC teve acesso, mostra que o projeto apresentado pelo promotor do parque de estacionamento não foi aceite pelo município e, por isso, não houve acordo, ao contrário do que diz Carlos Moedas. O atual autarca afirmou que o projeto fora aprovado “muito antes” de ele chegar à câmara de Lisboa e que nada tinha a ver com este executivo.
Esta semana, a Câmara de Lisboa garante que chegou a acordo com o promotor do parque de estacionamento para que assegurasse a plantação de 200 jacarandás na cidade de Lisboa.
Na Avenida 5 de Outubro, prevê-se que 25 árvores sejam abatidas e 20 transplantadas. A petição pública contra o abate dos jacarandás, criada há uma semana, já tem mais de 50 mil assinaturas.