A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil faz um aviso à população por causa da chuva, vento e agitação marítima que vão fazer sentir-se nos próximos dias. Em conferência de imprensa, esta terça-feira, Alexandre Penha, adjunto de Operações Nacional, alerta que poderá haver inundações nas zonas urbanas, nos próximos dias.
A altura mais grave será a partir da tarde de quarta-feira (dia 19 de março) e a manhã de sexta-feira (dia 20).
“Neste momento, estamos a preparar a emissão de um SMS à população, para as áreas que serão mais afetadas. Estamos a falar da região de Leiria, Grande Lisboa, Litoral Alentejano, Baixo Alentejo e Algarve”, adianta o responsável da Proteção Civil.
“Os solos já estão saturados. Estamos já numa altura em que o período de precipitação tem-se feito sentir nas últimas semanas. As drenagens são mais difíceis e pode haver acumulação de água”, sustenta Alexandre Penha.
A Proteção Civil pede, por isso, à população que evite colocar-se em situações de risco, até porque é possível a formação de lençóis de água nas estradas.
“Solicitamos à população uma maior cautela na movimentação nas estradas” e que evite circular. Sobretudo, sublinha Alexandre Penha, “junto ao mar” e nas “zonas onde costuma haver cheias".
Onde pode haver inundações?
De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), nas próximas 48 horas, haverá possibilidade de rios e ribeiras transbordarem e haver inundações em zonas urbanas.
As zonas mais sensíveis, aponta a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, são as bacias e ribeiras do Tejo - em especial, nas zonas de Cascais, Oeiras, Lisboa, Loures, Odivelas, Setúbal -, do Oeste, do Sado, do Guadiana e do Algarve.
Granizo, neve e ventos de 120 km/hora
A Proteção Civil nota que, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), vai haver precipitação forte e persistente, podendo até cair granizo e ocorrer trovoadas, sobretudo nas regiões do litoral Centro e Sul.
Prevê-se também vento forte, com rajadas até 75km/hora - que podem chegar aos 120km/hora nas terras altas. São, alerta a Proteção Civil, “condições favoráveis à ocorrência de fenómenos extremos”, sobretudo também nas regiões Centro e Sul.
Deverá existir ainda queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela e agitação marítima forte a sul do Cabo Mondego.
O que deve fazer?
Dado o agravamento das condições meteorológicas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil deixa várias recomendações à população.
É pedido que se garanta a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas e a retirada de objetos que possam ser arrastados pelas águas e que se fixe estruturas soltas – como andaimes e placards.
Deve também ter cuidado com a queda de ramos e árvores, por causa do vento forte.
É reforçado o pedido para evitar passar junto da orla costeira e de zonas ribeirinhas. Atividades como pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar não devem ser praticadas nestes dias. A Proteção Civil alerta também quenão deve deixar veículos estacionados muito próximo da orla marítima.
Em termos de condução, é pedido que se reduza a velocidade e se tenha atenção à formação de lençóis de água nas estradas.
É ainda pedido para não atravessar zonas inundadas, para evitar “o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas” e que sejam retirados de zonas normalmente inundáveis “animais, equipamentos agrícolas e industriais, veículos e outros bens”.
Finalmente, o apelo final, é para que se mantenha atento às informações da meteorologia e às indicações lançadas pela Proteção Civil e pelas forças de segurança.