Em ano de autárquicas, e com as presidenciais no início de 2026, Portugal pode estar a um passo de novas eleições legislativas. O Governo vai mesmo avançar com uma moção de confiança que, com os votos de PS e Chega anunciados, já nasce chumbada.
Restará a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo, que historicamente tem optado por dissolver a Assembleia da República e chamar o povo às urnas, em vez de tentar formar um novo Governo.
“A partir de agora começa a verdadeira instabilidade. Estas eleições são tudo aquilo que o pais não queria e os próprios partidos não queriam. O único verdadeiramente interessado é o Chega, que percebe que todo este ambiente é muito propício”, diz o diretor geral de informação da SIC, Bernardo Ferrão, admitindo que Gouveia e Melo, que “se assume como um antipolítico”, também “pode tirar algum proveito” desta situação.
Já José Gomes Ferreira, diretor adjunto de informação da SIC, salienta as “duas frases que ficam para a historia política em Portugal”, proferidas esta quarta-feira durante o debate da moção de censura ao Governo no Parlamento.
“A primeira é a de Montenegro a dizer que prefere suspender a estabilidade durante dois meses, para depois haver condições de estabilidade, do que ficar nesta situação (…) A segunda é a posição do Chega, com Ventura a fazer questão de sublinhar, olhos nos olhos com Luís Montenegro, que jamais deixará de chumbar a moção de confiança que Montenegro vier a apresentar.”