O primeiro-ministro foi advogado da cadeia de casinos Solverde, em negociações com o Estado em 2022 e, durante esse período prorrogou o prazo do contrato de jogo dos casinos até ao final deste ano.
Os adiamentos dos contratos de concessão de exploração do jogo no casino de Espinho e dos três casinos da Solverde no Algarve foram assinados em março de 2022. Três meses depois, Luís Montenegro era eleito líder do PSD.
Para reagir ao impacto dos prejuízos provocados pela pandemia e pelas várias medidas restritivas a vários setores, a vigência dos contratos foi prorrogada até 31 de dezembro de 2025, para compensar os dois anos de inatividade nos casinos.
O Grupo Solverde, do qual Luís Montenegro era advogado, detém a concessão do jogo de vários casinos, como o da Praia da Rocha e os de Vilamoura e Montegordo.
As primeiras negociações decorreram no Ministério da Economia com o então ministro Pedro Siza Vieira. A assinatura dos adiamentos veio depois a 10 de março de 2022.
Lucros superiores a 170 mil euros em 2024
A relação entre o grupo e Luís Montenegro tem vários anos e ainda não terminou. De acordo com o semanário Expresso, o grupo de casinos e hotéis revelou ao jornal que mantém desde julho de 2021 uma avença mensal de 4.500 euros paga à Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro, pelo que chamou de "serviços especializados de ‘compliance’ e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais".
Durante o debate da moção de censura apresentada pelo Chega, há uma semana, ficou esclarecido que a Spinumviva faturou, ao todo, 179 mil euros em 2024, um valor que representa 30% do volume de negócios da empresa no ano passado, quando Montenegro ganhou as eleições legislativas.