A gestão pouco eficaz das escolas e do Ministério da Educação está a acentuar os problemas derivados da falta de professores, são as conclusões do novo estudo da Fundação Belmiro de Azevedo. No entanto, em entrevista à SIC Notícias, Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) diz que escolas cumprem rigorosamente a legislação e que o verdadeiro problema reside na escassez de professores.
"O problema é a escassez de professores, que já é uma pandemia nacional", acusa Filinto Lima, acrescentando que as escolas "gerem bem os recursos que têm" e conseguem fazer "fantásticas omeletes com poucos ovos", mas necessitam de mais recursos humanos, como por exemplo para a educação especial.
Para a ANDAEP é necessário que o sistema educativo se concentre na formação de mais professores, principalmente ao nível do ensino básico, e que as políticas públicas promovam a fixação de jovens no interior do país, para combater as desigualdades entre o litoral e o interior.
"Nós estamos num país a duas velocidades. Por um lado temos o litoral com muita densidade populacional, com muitos alunos e com turmas a abarrotar de alunos, e por outro lado temos o interior, que tem pouca densidade populacional e que tem poucos alunos", apontou Filinto Lima, concluindo que são necessárias "medidas que induzam os jovens a irem para o interior e não políticas que favoreçam o litoral".