Esta segunda-feira, Portugal sentiu a terra tremer com alguma intensidade pela segunda vez no espaço de seis meses. O sismo de magnitude 4.7 foi sentido em várias zonas do país, com maior destaque para a região de Lisboa.
Com isto, aumenta a preocupação quanto à resistência das habitações em caso de sismo. Estima-se que em Lisboa cerca de 190 mil pessoas vivam em casas sem construção antissísmica.
O arquiteto André Caiado faz parte de uma equipa que se dedica à reabilitação da baixa pombalina.
"Hoje em dia estamos continuamente a reabilitar edifícios. Cada vez que terminados de recuperar um edifício, garantimos que esse edifício vai responder da melhor maneira a uma eventual catástrofe deste tipo", disse em declarações à SIC Notícias.
André Caiado garante que o que está a ser feito em Portugal é "tão bom como aquilo que é feito nas outras zonas sísmicas do planeta, nomeadamente no Japão, ou na Califórnia".
Mas o arquiteto deixa um alerta importante no que respeita a obras de reabilitação feitas sem qualquer supervisão.
"É preciso lembrar a todos que quando queremos alargar a nossa sala e tirar uma parede, não podemos fazê-lo só porque queremos uma sala maior. Temos de procurar um arquiteto, temos de falar com os especialistas para perceber que impacto é que isso tem no nosso apartamento, nos vizinhos e ao longo do edifício."
À SIC Notícias, revelou que um dos principais problemas com que se deparam é com as alterações feitas aos edifícios aos longo das décadas, "nomeadamente aos pisos 0 para fazer lojas, fomos tirando partes dos edifícios que depois perdem qualidade".
Registados novos sismos perto do Seixal
Esta terça-feira, foram registados dois novos sismos perto do Seixal com magnitudes 2.4 e 1.8 na escala de Richter.
Segundo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o epicentro dos novos abalos localizam-se a cerca de 12 km a sudoeste do Seixal.
O sismo de magnitude 2.4 foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente pelas 10:36 (hora local) e sentido com intensidade máxima II/III DA escala de Mercalli modificada no concelho de Sesimbra (Setúbal). Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Lisboa (Lisboa), Almada e Palmela (Setúbal).
Já o abalo mais pequeno (de magnitude 1.8) foi registado pelas 11h34 e não terá sido sentido.