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Sismos em Portugal: "Não podemos tirar uma parede só porque queremos uma sala maior"

Após o abalo de magnitude 4.7 na escala de Richter, sentido em várias zonas do país, a preocupação quanto à resistência das habitações em caso de terramoto aumenta.

Bárbara Ferreira

Joana Rita de Almeida

Esta segunda-feira, Portugal sentiu a terra tremer com alguma intensidade pela segunda vez no espaço de seis meses. O sismo de magnitude 4.7 foi sentido em várias zonas do país, com maior destaque para a região de Lisboa.  

Com isto, aumenta a preocupação quanto à resistência das habitações em caso de sismo. Estima-se que em Lisboa cerca de 190 mil pessoas vivam em casas sem construção antissísmica.  

O arquiteto André Caiado faz parte de uma equipa que se dedica à reabilitação da baixa pombalina.  

"Hoje em dia estamos continuamente a reabilitar edifícios. Cada vez que terminados de recuperar um edifício, garantimos que esse edifício vai responder da melhor maneira a uma eventual catástrofe deste tipo", disse em declarações à SIC Notícias.  

André Caiado garante que o que está a ser feito em Portugal é "tão bom como aquilo que é feito nas outras zonas sísmicas do planeta, nomeadamente no Japão, ou na Califórnia". 

Mas o arquiteto deixa um alerta importante no que respeita a obras de reabilitação feitas sem qualquer supervisão.  

"É preciso lembrar a todos que quando queremos alargar a nossa sala e tirar uma parede, não podemos fazê-lo só porque queremos uma sala maior. Temos de procurar um arquiteto, temos de falar com os especialistas para perceber que impacto é que isso tem no nosso apartamento, nos vizinhos e ao longo do edifício." 

À SIC Notícias, revelou que um dos principais problemas com que se deparam é com as alterações feitas aos edifícios aos longo das décadas, "nomeadamente aos pisos 0 para fazer lojas, fomos tirando partes dos edifícios que depois perdem qualidade". 

Registados novos sismos perto do Seixal 

Esta terça-feira, foram registados dois novos sismos perto do Seixal com magnitudes 2.4 e 1.8 na escala de Richter. 

Segundo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o epicentro dos novos abalos localizam-se a cerca de 12 km a sudoeste do Seixal. 

O sismo de magnitude 2.4 foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente pelas 10:36 (hora local) e sentido com intensidade máxima II/III DA escala de Mercalli modificada no concelho de Sesimbra (Setúbal). Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Lisboa (Lisboa), Almada e Palmela (Setúbal). 

Já o abalo mais pequeno (de magnitude 1.8) foi registado pelas 11h34 e não terá sido sentido. 

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