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Festival Sável e Lampreia: manter a tradição com peixes cada vez mais escassos

A falta da lampreia no Tejo está a dificultar o negócio dos restaurantes em Vila Nova da Barquinha. Durante este mês, vários estabelecimentos apresentam o que de melhor se pode fazer com sável e lampreia, mas os proprietários veem-se obrigados a recorrer a pescadores de outros rios.

Tânia Ferreira

Sandro Marques

Em terras ribeirinhas, o peixe do rio é o ingrediente principal nas mesas dos restaurantes e em Vila Nova da Barquinha não é exceção. Este mês é dedicado ao sável e à lampreia, com um festival gastronómico que traz à região os sabores mais emblemáticos do rio.

"Nós aqui servimos o sável frito, com açorda das ovas do próprio sável e a lampreia com arroz de lampreia, que leva o sangue da lampreia", diz Albertina Antunes, cozinheira no STOP.

Estes peixes do rio são preparados de acordo com receitas que atravessaram gerações.

Nestes restaurantes encontramos pratos tradicionais, que alimentavam pescadores e famílias ribeirinhas e que, hoje, continuam a atrair visitantes de todo o país. No entanto, este ano, a falta de lampreia faz com que estes restaurantes tenham de recorrer a pescadores de outros rios portugueses.

"Vem gente de muitos lados à procura, mais do sável, mas da lampreia também, mas como está um bocadinho mais escassa e mais cara, não é para todos os bolsos", diz Albertina Antunes.

"Realmente a lampreia está ao preço do ouro. Há clientela que não se importa, como é uma coisa tão sazonal e cada vez se consegue comer menos não se importam de pagar, mas há outras pessoas que realmente gostam muito de lampreia, mas que está um bocado inacessível", complementa Teresa Ribeiro.

Até 9 de março, seis restaurantes do concelho mostram o que de melhor se pode fazer com estes peixes do rio. Uma forma de preservar as tradições gastronómicas desta terra ribeirinha.

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