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Que impacto terá no Chega o caso do deputado suspeito de furtar malas no aeroporto?

Não é a primeira vez que o Chega é notícia por deputados e ou dirigentes que já tiveram ou estão a ter problemas com a justiça. Desta vez, em "palco" está a suspeita de roubo de malas que envolvem o deputado Miguel Arruda. Terá esta situação grande impacto no partido de André Ventura? Uma pergunta que é respondida pelo comentador SIC Paulo Baldaia, que aproveita também para falar sobre as presidenciais de 2026.

Paulo Baldaia

SIC Notícias

O deputado do Chega suspeito de ter roubado malas do tapete de bagagens dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada durante meses tem sido tema de debate durante os últimos dias. Apesar de Miguel Arruda garantir a sua inocência e André Ventura dizer-se “estupefacto”, o que se vê logo à primeira vista é que "desta vez não há pressa do partido em fazer julgamentos públicos e decidir de imediato" o que fazer, reconhece o comentador SIC Paulo Baldaia.

"Obviamente que deveria suspender o mandato e estar disponível para, sendo constituído arguido, responder e defender-se, porque a democracia e o Estado de Direito pressupõem a presunção de inocência", afirma um comentador.

A surpresa (ou não) está no facto de o Chega, que normalmente é "rápido a fazer julgamentos públicos", estar agora a adotar uma postura diferente, destaca Paulo Baldaia:

"O Chega ainda está a ameaçar, mas não fez nada de concreto, ainda agora vimos o líder parlamentar do Chega a não querer responder às perguntas dos jornalistas", acrescenta, criticando a "incoerência" do partido, que costuma adotar uma "postura moralista", mas que, no caso do seu deputado parece hesitar.

Quanto ao impacto do caso das suspeitas de roubo de malas, o comentador SIC observa que provavelmente vai "prejudicar pouco o partido", uma vez que não é novidade a "extrema-direita" e os "altamente populistas" não sofrerem o mesmo impacto que "partidos tradicionais" em situações semelhantes.

"Os portugueses conseguem imaginar que se houvesse um deputado do Partido Socialista ou do PSD [a roubar malas] teria muito mais impacto para qualquer um desses partidos".

Presidenciais

O PSD vê um nome a ganhar destaque: Luís Marques Mendes, que, segundo o comentador SIC, terá o apoio do seu partido.

"Ele próprio tinha dito, em conversa com a Clara de Sousa, [no Jornal da Noite], que estaria a ponderar, estava mais perto, e que comunicaria assim que tivesse uma decisão", recorda Paulo Baldaia.

E compara:

"Se no PS existe o problema de quem avançar primeiro pode tapar o caminho para o outro, aqui na área do PSD a questão é outra: é evitar desvalorizar uma candidatura".

Já no PS, o panorama continua incerto quanto ao nome de consenso para as presidenciais. Mas António José Seguro começa a marcar o seu espaço, sobretudo com a criação a associação para reforçar a participação democrática dos cidadãos, o que "pode indicar o seu regresso à política", evidencia o comentador.

"Mesmo que António José Seguro não venha a ser candidato presidencial, o que é pouco provável, provavelmente será novamente candidato a líder do Partido Socialista mais à frente", considera Paulo Baldaia.

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