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Caso Gandra d'Almeida: "A ministra tem de explicar muito bem ao país", realça o ex-presidente da CReSAP

O ex-presidente da CReSAP exige explicações à ministra da Saúde sobre o caso de Gandra d'Almeida. João Bilhim afirma que o Governo tinha de saber da acumulação indevida de cargos públicos remunerados por parte do ex-CEO do SNS.

SIC Notícias

João Bilhim, ex-presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), explica como funciona o processo de recrutamento na Administração Pública, nomeadamente no caso de se tratar de alguém para liderar um organismo, como a Direçao Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que foi presidida por António Gandra d'Almeida, apesar da incompatibilidade de funções, revelada por uma investigação da SIC.

Sobre a situação de Gandra d'Almeida, a informação estava toda no relatório que a CReSAP disponibilizou, mas os relatórios elaborados para os gestores públicos não são vinculativos.

"O Governo não pode nomear alguém sem o relatório, mas não vincula o Governo. O Governo concretamente é livre para nomear ou não nomear", refere João Bilhim e explica que a partir do momento em que a informação é disponibilizada pela CReSAP e mesmo assim é ignorada pelo titular do cargo público, existe uma responsabilidade fundamentalmente política", realça o ex-presidente da CReSAP.

"As condições em que ele [Gandra d'Almeida] trabalhou não eram regulares, não estavam reguladas pela lei, portanto era ilegal, ou seja, na prática trata-se de uma situação em que, de maneira nenhuma, um membro do Governo, tendo conhecimento disto, poderia concretamente aceitar. Mais, um membro do Governo tem mais acesso até do que a CReSAP, mesmo que isto não estivesse no relatório da CReSAP.

Estando no relatório da CReSAP, de maneira nenhuma, há aqui um problema, há aqui uma incúria, há aqui qualquer coisa que não se entende por parte da senhora ministra da Saúde, com todo respeito, porque quem tenho imensa consideração, mas há aqui qualquer coisa que é inexplicável e que ela tem de explicar muito bem ao país, porque não está certo o que ela fez", aponta João Bilhim.

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