Os diretores de serviço da ULS de Gaia/Espinho querem ser ouvidos sobre a substituição da atual administração, que terminou o mandato em dezembro. Dizem-se preocupados com a interrupção da estratégia que tem desenvolvido o hospital.
Tutela está em silêncio
O silêncio da tutela, que tarda em dar indicações a Rui Guimarães sobre se fica ou sai da liderança da ULS de Gaia/Espinho, é interpretado como um sinal de mudança na administração e está a preocupar os diretores clínicos.
“Sabemos que é muito difícil construir, mas temos vários exemplos de que uma simples substituição do conselho administrativo põe em causa anos de desenvolvimento”, disse à SIC o diretor do serviço de Imagiologia da ULS de Gaia/Espinho, Pedro Sousa.
São receios que tentam fazer chegar a Marcelo Rebelo de Sousa e a Ana Paula Martins com um abaixo-assinado que juntou dezenas de assinaturas. Querem ser ouvidos sobre a nomeação do novo conselho de administração, mas sublinham que não se trata de um protesto.
“Este abaixo-assinado é em defesa de tudo o que a administração fez por este hospital. Não é nenhum protesto, mas uma mensagem à tutela”, explica Manuel Oliveira, diretor do serviço de Cirurgia Geral.
Se nomeação for com base no mérito "parece razoável uma recondução"
A atual administração da ULS de Gaia/Espinho tomou posse há seis anos. Rui Guimarães, que foi diretor clínico do Hospital de Barcelos durante o Governo de Pedro Passos Coelho, chegou a Gaia com o Governo de António Costa e terminou o mandato em dezembro.
“É natural que a tutela na mudança de ciclo faça a substituição dos seus protagonistas, o que entendemos é que essas substituições sejam baseadas no mérito e na competência e não temos qualquer problema que a nova administração seja nomeada com base nesses critérios. O que nos parece razoável é que, se for baseada nesses critérios, haja uma recondução”, acrescenta Pedro Sousa.
A confirmar-se, a substituição na ULS de Gaia/Espinho será mais uma administração a cair, depois de terem sido demitidos em dezembro dirigentes da Lezíria, Alto Alentejo e Leiria.
Também se preveem mexidas nas ULS do Alto Minho, Braga, Barcelos/Esposende e Vila Real. A direção-executiva do SNS justifica estas mudanças com "novas abordagens de gestão".