O relatório sobre a execução do Plano de Emergência da Saúde já está nas mãos do Governo. A ministra da Saúde vai analisar e ter em conta as recomendações, que apontam falhas no plano.
Nos cuidados urgentes, o grupo de trabalho que acompanhou o plano na prática diz que a requalificação dos espaços dos serviços de urgência não foi concluída a tempo e ficaram por libertar as camas indevidamente ocupadas nos internamentos hospitalares.
Segundo os peritos, a resposta a tempo e horas falhou para os doentes oncológicos. Falta dar-lhes prioridade, reforçar o acesso à consulta especializada e rápida resposta às listas de espera para cirurgia.
O documento diz ainda que há duas medidas prioritárias por cumprir para dar segurança a mães e bebés: criar um regime de atendimento referenciado de Ginecologia de Urgência e generalizar o atendimento pediátrico referenciado.
Na saúde familiar, ainda está a ser feita a atribuição de médicos de família aos utentes em espera e falta criar uma linha de atendimento para utentes que necessitem de acesso a médico no dia.
Problemas na saúde mental e na Linha SNS24
Na saúde mental faltam, por exemplo, equipas comunitárias para adultos, crianças e adolescentes, programas de intervenção na ansiedade e depressão nos cuidados de saúde primários, e a capacidade de internamento para situações agudas nos Serviços Locais de Saúde Mental.
O grupo de trabalho aponta ainda problemas nos dados dos encaminhamentos de doentes pela Linha SNS24 para urgências e cuidados de saúde primários.
Em resposta à SIC, o Ministério da Saúde diz que Ana Paula Martins vai analisar o relatório e ter em conta as recomendações feitas pela comissão de avaliação.
Ministra assinou protocolo com INEM e bombeiros
Esta terça-feira, a ministra esteve com o INEM e a Liga dos Bombeiros para assinar um protocolo que reforça a cooperação no transporte pré-hospitalar de doentes. A comparticipação às corporações vai aumentar.
Há muito que os bombeiros diziam que a sustentabilidade do serviço que permite transportar mais de um milhão de utentes por ano estava em causa.
A partir de janeiro, todas as associações de bombeiros passam a estar habilitadas para cuidados de prestação de socorro pré-hospitalar.