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"Segurança não é de esquerda nem de direta": operações policiais "não são dirigidas a estrangeiros", diz Montenegro

Na sequência da polémica operação policial no Martim Moniz, o primeiro-ministro reforçou que "as operações não são dirigidas a estrangeiros", até porque Portugal é "um país que precisa de imigrantes".

SIC Notícias

Luís Montenegro defendeu, nesta sexta-feira, que "a segurança não é de esquerda nem de direita", mas um bem social, rejeitando da mesma forma "os extremismos securitários" como os discursos "líricos", que quase dispensam as forças policiais.

"Do ponto de vista do Governo, a segurança não é de esquerda nem de direta, é um bem da sociedade que convém preservar, é uma condição de base. Quem tem uma visão diferente desta está num dos dois extremos: no extremo demasiado securitário ou no outro quase lírico, onde se pensa que podíamos quase prescindir de forças de segurança", apontou o primeiro-ministro.

Na sequência da polémica operação policial no Martim Moniz, Montenegro reforçou que "as operações não são dirigidas a estrangeiros", até porque Portugal é "um país que precisa de imigrantes".

"Não há em Portugal nenhuma ação policial dirigida a uma comunidade específica, ficou bem patente na operação Martim Moniz, em que houve várias pessoas fiscalizadas com nacionalidade portuguesa", defendeu.

E reforçou:

"Não há razão nenhuma para atirar essa pedra [ações policiais dirigidas contra imigrantes] para cima do debate. É incorreto, é impróprio, é indesejável. Não corresponde aos princípios de humanismo, de dignificação da pessoa, que os sucessivos governos em Portugal e também o atual têm demonstrado a propósito nomeadamente do acolhimento de imigrantes".

O chefe do Governo assegurou que o executivo vai estar sempre "ao lado" das forças de segurança e garantiu que o "Governo não quer, nem vai, instrumentalizar as forças de segurança". E acrescentou: "pior do que isso, eu creio que toda a gente percebe que as próprias forças nunca se deixariam instrumentalizar".

"O Governo estará ao lado dos profissionais que prestam serviço em todos os serviços do Estado, que garantem a legalidade e o respeito pelas regras de convivência social. Com certeza, estaremos ao lado, a cooperar e a colaborar", reforçou.

"Portugal é um dos países mais seguros do mundo", mas "não basta dizê-lo" para continuar a manter essa posição, insistiu Montenegro.

Luís Montenegro deu, nesta sexta-feira, posse, na residência oficial em São Bento (Lisboa), ao secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), o embaixador Vítor Sereno, e à secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), magistrada Patrícia Barão.

O primeiro-ministro aproveitou a ocasião para responder às críticas da oposição sobre a recente operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, dizendo estar "atónito e perplexo" com muitas das reações.

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