Celso trata da destilação de dois dos componentes da planta de canábis, a última fase de um longo processo que começa a 200 quilómetros de Lisboa.
A área da plantação em Serpa tem cinco hectares e são produzidas, por ano, 18 mil toneladas de flor canábis. Para garantir total segurança o terreno é vigiado 24 horas por dia.
Pedro Ferraz da Costa dedica-se à indústria farmacêutica há 60 anos. Em 2018 começou a pensar na possibilidade de produzir medicamentos a partir de canábis. Cerca de dois anos depois chegava a luz verde do Infarmed. Atualmente o grupo produz seis medicamentos sobretudo para o tratamento da dor.
As plantas chegam a este laboratório às 15:00 horas. Cerca de 12 horas depois estão transformadas em gotas - o chamado CBD - utilizado em tratamentos. Cada embalagem pode custar entre 90 a 120 euros e varia em função do tamanho e da concentração do produto.
"Vai ser muito importante para ser mais ou menos utilizado, que o Governo depois decida se os produtos de canábis são reembolsados ou não", explica o presidente do Grupo Iberfar.
"Apoiar na prática a indústria se nós queremos ter mais desenvolvimento de produto e, por aí, ganhando competitividade também é uma maneira de chegar à acessibilidade dos preços dos medicamentos", refere o ministro da Economia, Pedro Reis, sem dar nenhuma garantia.
Reconhece o caminho da indústria farmacêutica e o grande contributo que tem dado para as exportações do país. Na Alemanha, na França e no Reino Unido há um grande interesse da classe médica.
O grupo com sede em Barcarena, município de Oeiras, dedica-se também à produção de outros medicamentos. Até 2030 pretende expandir a empresa para aumentar as exportações e a produtividade em 50%. O investimento vai custar 25 milhões de euros.