A oposição uniu-se e aprovou a moção de censura do Chega ao executivo de Miguel Albuquerque. O representante da República na Madeira terá agora de ouvir os partidos com assento parlamentar. A dissolução da Assembleia Legislativa Regional compete ao Presidente da República. Se for esse o caminho, Marcelo Rebelo de Sousa terá de marcar eleições no prazo máximo de 60 dias. Miguel Albuquerque diz que será o cabeça de lista do partido e que o PSD vai a eleições para ganhar.
Alberto João Jardim acredita que Miguel Albuquerque pode sair reforçado da crise política na Madeira. Jardim diz que a oposição fez um favor ao presidente do governo com a moção de censura. Luís António Santos considera que essa é uma situação possível:
"Quando a situação política é uma situação em que um governo minoritário consegue passar a imagem de que está acossado por razões injustas, às vezes o que é devolvido nas urnas é um reforço da confiança nesse partido.
Isso já aconteceu no todo continental e, portanto, é possível que isso possa acontecer na Madeira, as últimas sondagens que temos visto sobre a situação política na Madeira indicam-nos que tudo poderá vir a ficar mais ou menos na mesma".
Na opinião do professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, o impasse na Madeira poderá prosseguir e a expectativa de Alberto João Jardim pode, de facto, concretizar-se. Luís António Santos destaca também “as sementes de discórdia interna no PSD que estão a germinar há bastante tempo”.
"A alternativa de Miguel Albuquerque sair, ainda estará em cima da mesa. Luís Montenegro diz que não teve ainda tempo para falar com Miguel Albuquerque, diz que vai ser o candidato, mas digamos que há forças da oposição interna que dizem que se isso não acontecer por iniciativa de Miguel Albuquerque, vão ser reunidas assinaturas suficientes para pedir a realização de um Congresso Extraordinário.
Portanto, ainda muitas partes estão em movimento. Uma delas parece-me a mim muito significativa. Uma conversa do primeiro-ministro com Miguel Albuquerque, até porque Luís Montenegro escolheu há bem pouco tempo Miguel Albuquerque para presidente do Congresso Nacional do PSD e o próprio Luís Montenegro precisa de avaliar bem a sua situação política e os efeitos que esta crise na Madeira pode ter na sua imagem política na generalidade do país", conclui o professor da Universidade do Minho.