O PS acusou o Governo de voltar a errar no número de doentes à espera de cirurgias oncológicas. Já o Chega acusou mesmo o Executivo de ter manipulado o agendamento de cirurgias. Luís Montenegro garante que não ultrapassou a legalidade.
O tema esteve em discussão, esta quarta-feira, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no Parlamento.
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que há 1370 doentes oncológicos à espera “acima do tempo máximo de resposta garantida" e atirou que a estes casos “somam-se muitos outros”, falando em “dados errados sobre o orçamento para a Saúde, que de superavit passa a défice, durante o debate orçamental”.
“Ou o sr. primeiro-ministro aqui assume que foi mal informado pelos seus serviços e pede uma nova auditoria sobre os dados da cirurgia, ou então devia pedir desculpa ao país”, disse o secretário-geral socialista ao chefe de Governo.
Luís Montenegro respondeu atirando com acusações de volta aos socialistas.
“É preciso ter, de facto, alguma coragem para, em nome do Partido Socialista, falar em fidedignidade de números e falar em má relação com os números”, afirmou.
“Se há partido que, historicamente, tem um problema de credibilidade com os números, esse partido é o Partido Socialista", disse Montenegro.
Chega fala em agendamentos manipulados
Também o Chega entrou ao ataque contra o primeiro-ministro, no debate quinzenal. André Ventura acusou mesmo o Governo de manipular os agendamentos de cirurgias.
“É grave demais”, frisou, falando em "agendamentos feitos "não por médicos, não pelos serviços clínicos, mas por ordem política”.
A acusação foi prontamente rejeitada por Luís Montenegro.
“O Governo não deu instrução nenhuma a nenhum serviço para ultrapassar a legalidade e o funcionamento regular das instituições, nomeadamente das instituições de saúde que agendam e realizam atos clínicos”, assegurou.
“Não estamos a fazer nenhuma operação de cosmética com os números."
O primeiro-ministro aproveitou ainda a ocasião para anunciar que o Conselho de Ministros irá autorizar, esta quinta-feira, despesa no valor de 2300 milhões de euros para “aquisição de medicamentos e de serviços para o Serviço Nacional de Saúde”.