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Governo está a estudar proibição de telemóveis no 1.º e 2.º ciclos

Ministro da Educação garante que não terá "problemas nenhuns" am alterar a política do uso de telemóveis nas escolas no próximo ano letivo.

GABRIEL BOUYS

SIC Notícias

O ministro da Educação admitiu esta segunda-feira uma "alteração política" no próximo ano letivo sobre a recomendação da proibição do uso de telemóvel nos 1.º e 2.º ciclos, tornando-a efetiva, face aos impactos negativos nas crianças e jovens.

"A recomendação que o Governo fez é de proibição. O que estamos a fazer este ano é estudar o resultado dessa recomendação para no próximo ano reavaliar a medida", disse Fernando Alexandre.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação esclareceu que a orientação é de dar "uma total autonomia às escolas para tomar uma decisão", indicando que "isso está a mudar em toda a Europa", porque "há cada vez mais estudos que mostram os malefícios que o contacto com 'smartphones' tem para o desenvolvimento das crianças e para o seu bem-estar".

"Temos de usar evidência (informação científica), temos de usar os estudos e temos de implementar melhores práticas. [...] Depois da avaliação e com a evidência que se vai somando, também em outros países, faremos essa avaliação e se houver evidência nesse sentido [de proibição], não teremos problemas nenhuns [em fazê-la] [...]. É natural que no próximo possa haver uma alteração política", salientou.

A 11 de setembro, Fernando Alexandre anunciou a recomendação de adesão voluntária por parte das escolas, tendo na altura admitido a proibição do uso de 'smartphones' em contexto escolar, em função dos resultados.

Mais de metade dos alunos a partir do 2.º ciclo passam pelo menos quatro horas em frente a um ecrã nos dias de semana.

Questionado sobre se a educação pode ter um papel fora do contexto escolar, Fernando Alexandre disse que as famílias têm falta de informação e que o Governo fornecerá orientações sobre como devem "lidar com esta nova tecnologia que tem um impacto significativo na educação dos estudantes".

"A prática que é sugerida e adotada na escola depois é relevante para a forma como as próprias famílias enquadram o uso do telemóvel", precisou.

Com Lusa

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