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Ataque no Centro Ismaili: Abdul Bashir começa a ser julgado por 11 crimes

O homem, de nacionalidade afegã, matou duas mulheres portuguesas que trabalhavam no Centro Ismaili nos serviços de apoio aos refugiados, em março de 2023. Desde então está internado no hospital psiquiátrico prisional de Caxias.

Abdul Bashir, afegão que atacou Centro Ismaili
SIC Notícias

Lusa

Começa esta quinta-feira o julgamento do homem que matou duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, em março de 2023.

Segundo o Ministério Público (MP), o arguido Abdul Bashir, de nacionalidade afegã, está acusado de dois crimes de homicídio agravado, seis crimes de homicídio agravado na forma tentada, dois crimes de resistência e coação sobre funcionário e um crime de posse de arma proibida.

A primeira sessão do julgamento está agendada para as 09:30, no Juízo Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, prevendo-se que retome à tarde, pelas 14:00.

O acusado foi beneficiário do estatuto de proteção internacional enquanto refugiado, e, de acordo com informação do MP, ficou, após os crimes, a cumprir a medida de coação de internamento preventivo no hospital psiquiátrico prisional de Caxias por sofrer de doença mental.

"O arguido padecia, à altura dos factos, e ainda padece de anomalia psíquica, desde logo um quadro psiquiátrico de esquizofrenia e de uma perturbação da personalidade mista, designadamente perturbação de personalidade narcisista e perturbação de personalidade antissocial, pelo que foi requerida a declaração da inimputabilidade", indicou a nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal divulgada em março deste ano.

No ataque perpetrado no Centro Ismaili, na capital, o acusado matou duas mulheres com uma arma branca, tendo sido baleado pela polícia e levado, nesse dia, para o Hospital de São José, em Lisboa.

As vítimas mortais são duas portuguesas, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no Centro Ismaili nos serviços de apoio aos refugiados.

A família de Abdul Bashir chegou a Portugal vinda da Grécia, no final de 2021, com os três filhos. Viviam em Odivelas e recebiam apoio e formação no Centro Ismaili, que ajuda a comunidade de refugiados em Portugal.

No dia seguinte à ocorrência do crime, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, afirmou, num encontro com jornalistas, não existir "um único indício" de que o sucedido tenha sido um ato terrorista, admitindo que o ataque tenha resultado de "um surto psicótico do agressor".

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