País

Bombeiros sapadores? “Governo não vai decidir na base de coação, façam o que fizerem na rua”

Após os protestos de terça-feira, o primeiro-ministro apela à “responsabilidade” dos bombeiros sapadores. Montenegro afirma que o Executivo não pode “andar permanentemente a negociar” e que não vai ultrapassar “os limites do que é aceitável”.

Rita Carvalho Pereira

Ana Geraldes

Márcia Torres

Paulo Ravara

José Vaio

Sérgio Campos

Luís Montenegro diz que o Governo não toma decisões com base em coação. O primeiro-ministro avisa os bombeiros sapadores de que, “façam o que fizerem na rua”, o Executivo não vai ceder a “reivindicações desmedidas”.

Em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, o chefe de Governo não adiantou quando pretende o Executivo regressar às negociações com os bombeiros sapadores sobre aumentos e revisões da carreira. Montenegro deixou, contudo, claro que tem de imperar a justiça relativamente às condições que foram dadas a outras classes profissionais.

As negociações entre o Governo e os bombeiros sapadores foram suspensas, esta terça-feira, depois de, durante as conversações, centenas destes profissionais terem saído à rua numa manifestação ilegal, durante a qual atiraram petardos. O Executivo alegou razões de segurança para parar as conversações.

Questionado sobre o assunto, esta quarta-feira, em Celorico de Basto, Luís Montenegro afirmou que será “implacável” nesta situação.

“O Governo não vai decidir nunca na base de coação”, assegurou. “Não há ninguém que me vá demover disto, faça o que fizer na rua. Podem ter a certeza disso.”

"Não seremos complacentes com violações do Estado de Direito"

O primeiro-ministro diz que jamais ultrapassará “os limites do que é aceitável” e que os bombeiros sapadores têm de “consciencializar-se” de que o Executivo não tem “recursos ilimitados”.

“Não só não seremos complacentes com violações das regras do Estado de Direito, como não seremos complacentes com a reivindicação desmedida de situações de injustiça desmedida ou de desequilíbrio”, atirou.

Em causa, sublinha Luís Montenegro, está a “equidade” e “justiça” em relação àquilo que o Governo deu a outras carreiras da administração pública – como as forças de segurança e as forças militares – nas negociações que também teve com elas.

“Não podemos andar permanentemente a negociar e não podemos criar a expectativa de oferecer aquilo que não temos para dar”, frisou.

Afirmando que não quer “atirar achas para a fogueira”, o primeiro-ministro pediu aos bombeiros “espírito de cumprimento de lei” e apelou ao “sentido de responsabilidade” daqueles que se têm sentado à mesa nas negociações. Devem reconhecer “o esforço que o Governo está a fazer”, alega Montenegro, lembrando-os de que ninguém negociava as carreiras com eles “há 22 anos”.

Últimas