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Ventura desafia Marcelo a levar aumentos dos políticos ao Tribunal Constitucional

O líder do Chega garante que, se o Presidente da República não pedir a fiscalização a reposição dos vencimentos dos políticos, será o partido a fazê-lo.

Diogo Martins

Manuel Geraldo

André Ventura desafia Marcelo Rebelo de Sousa a enviar para o Tribunal Constitucional a reposição dos salários dos políticos. O líder do Chega criticou o Presidente da República por não ter falado sobre o assunto, antes de a medida ser aprovada no Parlamento.

“Desafiamos o Presidente da República a levar ao Tribunal Constitucional esta medida”, atirou, este domingo André Ventura.

Se Marcelo Rebelo de Sousa não o fizer, promete Ventura, será o Chega a assumir o compromisso de pedir a fiscalização da medida no Tribunal Constitucional.

“Ouvimos o Presidente da República dizer que é contra que o aumento dos salários dos políticos se realize já, ou seja, seria a favor de que políticos no futuro viessem a ser beneficiados, mas não os que estão agora a decidir agora”, acrescentou o líder do Chega. “O que eu esperava era que o Presidente da República tivesse dito isto antes.”

Protesto no Parlamento? Foi por “um bem maior”

No caso dos deputados, a reposição dos salários significa mais 200 euros no vencimento. O Chega protestou contra a medida, com a colocação de tarjas na Assembleia da República. André Ventura reconhece que o partido passou a linha, mas alega que o fez por um “bem maior”.

“Estou convencido que, se não o tivéssemos feito (...), hoje só 50% do país saberia” da reposição dos vencimentos dos políticos, declarou André Ventura. “Há momentos na História da democracia em as pessoas têm de sair do politicamente correto e passar essa linha, em nome de um bem maior."

O gesto foi criticado pelo Chefe de Estado, que pediu bom senso aos partidos. Para o Presidente da República não deve haver margem para o desrespeito das instituições democráticas.

“A democracia constrói-se com bom senso”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa. “Qualquer pessoa percebe que seria um pouco insensato, de cada vez que há um debate apaixonante cada partido pendurar nas janelas e nos gabinetes bandeirolas.”

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