Luís Marques Mendes garante que a decisão de se candidatar à Presidência da República não depende de outros protagonistas. O comentador reafirma que tomará uma decisão no próximo e considera que não é surpresa o provável avanço de Gouveia e Melo.
A dúvida está instalada há vários meses. Luís Marques Mendes nunca fechou nenhuma porta. No verão, o conselheiro de Estado já tinha deixado claro que o tema das presidenciais não estava esquecido.
Em declarações feitas durante a Universidade de Verão do PSD, afirmou que uma decisão sobre uma eventual candidatura a Belém estaria “mais próxima do que nunca”. Mas, depois disso, Marques Mendes não voltou a tocar no tema.
Agora que o almirante Henrique Gouveia e Melo informou o Governo de que não quer ser reconduzido como chefe do Estado-Maior da Armada, o comentador da SIC volta a olhar para o calendário. Marques Mendes faz questão de clarificar que a lista de concorrentes à direita não vai influenciar a decisão do próprio.
“Vou tomar uma decisão, sim, no próximo ano. E vou anunciar uma decisão, sim, no próximo ano. Essa decisão não está nada dependente da candidatura de A, B ou C”, afirmou Luís Marques Mendes, no último domingo, no espaço de comentário que ocupa semanalmente na SIC.
“A candidatura de Gouveia e Melo vai surgir”
Entretanto, Henrique Gouveia e Melo tem caminho aberto para o Palácio de Belém. E, ao que a SIC apurou, deverá apresentar em março a candidatura.
Luís Marques Mendes não têm dúvidas de que o nome do almirante vai estar nos boletins de voto.
“Quem não andar desatento ou distraído já percebeu, há vários meses, que esta candidatura vai surgir", atirou o comentador.
No tabuleiro das presidenciais, é ainda uma incógnita qual será a posição de cada partido.
Na Aliança Democrática, as opiniões dividem-se, depois de terem sido reveladas imagens de um encontro entre Gouveia e Melo e o presidente do CDS.
O antigo líder parlamentar do CDS, Diogo Feio, considera que um possível apoio dos centristas ao militar seria um erro político.
“Não acredito, não apoio e acho que seria um absurdo no plano político”, defendeu, em declarações feitas na SIC Notícias.
Montenegro quer apoiar militante do PSD
Da voz do primeiro-ministro e líder da Aliança Democrática, não há comentários sobre o futuro do atual chefe do Estado-Maior da Armada. Mas Luís Montenegro faz questão de lembrar que, na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, o PSD só apoiará um militante do partido – como defendeu na moção de estratégia que levou ao último congresso dos sociais-democratas.
Nas fileiras da direita, há, todavia, mais um nome que pode surgir na corrida a Belém: José Pedro Aguiar-Branco, o atual presidente da Assembleia da República.
Depois de Seguro, Aguiar-Branco
Na CNN, Rui Moreira lançou o nome de Aguiar-Branco, depois de avaliar uma provável candidatura de António José Seguro – uma personalidade que, para o autarca do Porto, é demasiado cinzenta nas ideias.
É na comparação com o antigo líder do PS, que o autarca da Invicta reforça os elogios a Aguiar-Branco. Rui Moreira lembra que as datas até jogam a favor do presidente do Parlamento, já que Aguiar-Branco deverá manter-se no cargo apenas durante metade da legislatura.
Moreira afirma que o presidente da Assembleia da República é alguém “respeitado” e com uma visão “mais clara” sobre a política do que António José Seguro.
Tal como os outros nomes, Aguiar Branco nunca excluiu por completo uma candidatura às presidenciais.Mas as eleições autárquicas do próximo ano podem ajudar a clarificar a lista de candidatos a Belém. No início do mês, Aguiar-Branco sublinhou que ser presidente da câmara do Porto não seria ‘passar de cavalo para burro’.A dúvida só será desfeita nos próximos meses.