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Marques Mendes acredita que Gouveia e Melo vai entrar na corrida a Belém, mas diz que candidatura própria não depende disso

O comentador da SIC promete revelar no próximo ano se será ou não candidato à Presidência, embora não tenha dúvidas de que o atual chefe do Estado-Maior da Armada vai entrar na corrida eleitoral. Entretanto, depois do ex-líder do PS António José Seguro, também o nome do presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, é lançado na lista de possíveis candidatos.

Rúben de Matos

Ricardo Piano

Luís Marques Mendes garante que a decisão de se candidatar à Presidência da República não depende de outros protagonistas. O comentador reafirma que tomará uma decisão no próximo e considera que não é surpresa o provável avanço de Gouveia e Melo.

A dúvida está instalada há vários meses. Luís Marques Mendes nunca fechou nenhuma porta. No verão, o conselheiro de Estado já tinha deixado claro que o tema das presidenciais não estava esquecido.

Em declarações feitas durante a Universidade de Verão do PSD, afirmou que uma decisão sobre uma eventual candidatura a Belém estaria “mais próxima do que nunca”. Mas, depois disso, Marques Mendes não voltou a tocar no tema.

Agora que o almirante Henrique Gouveia e Melo informou o Governo de que não quer ser reconduzido como chefe do Estado-Maior da Armada, o comentador da SIC volta a olhar para o calendário. Marques Mendes faz questão de clarificar que a lista de concorrentes à direita não vai influenciar a decisão do próprio.

“Vou tomar uma decisão, sim, no próximo ano. E vou anunciar uma decisão, sim, no próximo ano. Essa decisão não está nada dependente da candidatura de A, B ou C”, afirmou Luís Marques Mendes, no último domingo, no espaço de comentário que ocupa semanalmente na SIC.

“A candidatura de Gouveia e Melo vai surgir”

Entretanto, Henrique Gouveia e Melo tem caminho aberto para o Palácio de Belém. E, ao que a SIC apurou, deverá apresentar em março a candidatura.

Luís Marques Mendes não têm dúvidas de que o nome do almirante vai estar nos boletins de voto.

“Quem não andar desatento ou distraído já percebeu, há vários meses, que esta candidatura vai surgir", atirou o comentador.

No tabuleiro das presidenciais, é ainda uma incógnita qual será a posição de cada partido.

Na Aliança Democrática, as opiniões dividem-se, depois de terem sido reveladas imagens de um encontro entre Gouveia e Melo e o presidente do CDS.

O antigo líder parlamentar do CDS, Diogo Feio, considera que um possível apoio dos centristas ao militar seria um erro político.

“Não acredito, não apoio e acho que seria um absurdo no plano político”, defendeu, em declarações feitas na SIC Notícias.

Montenegro quer apoiar militante do PSD

Da voz do primeiro-ministro e líder da Aliança Democrática, não há comentários sobre o futuro do atual chefe do Estado-Maior da Armada. Mas Luís Montenegro faz questão de lembrar que, na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, o PSD só apoiará um militante do partido – como defendeu na moção de estratégia que levou ao último congresso dos sociais-democratas.

Nas fileiras da direita, há, todavia, mais um nome que pode surgir na corrida a Belém: José Pedro Aguiar-Branco, o atual presidente da Assembleia da República.

Depois de Seguro, Aguiar-Branco

Na CNN, Rui Moreira lançou o nome de Aguiar-Branco, depois de avaliar uma provável candidatura de António José Seguro – uma personalidade que, para o autarca do Porto, é demasiado cinzenta nas ideias.

É na comparação com o antigo líder do PS, que o autarca da Invicta reforça os elogios a Aguiar-Branco. Rui Moreira lembra que as datas até jogam a favor do presidente do Parlamento, já que Aguiar-Branco deverá manter-se no cargo apenas durante metade da legislatura.

Moreira afirma que o presidente da Assembleia da República é alguém “respeitado” e com uma visão “mais clara” sobre a política do que António José Seguro.

Tal como os outros nomes, Aguiar Branco nunca excluiu por completo uma candidatura às presidenciais.Mas as eleições autárquicas do próximo ano podem ajudar a clarificar a lista de candidatos a Belém. No início do mês, Aguiar-Branco sublinhou que ser presidente da câmara do Porto não seria ‘passar de cavalo para burro’.A dúvida só será desfeita nos próximos meses.

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