Na terça-feira, em Almada, uma idosa sentiu-se mal durante uma audiência no tribunal e, após várias tentativas para contactar o INEM, o transporte para o hospital acabou por ser feito pela PSP. O estado clínico, tido como grave, levou ao falecimento da senhora.
Seria um dia de emoções fortes para a idosa na casa dos 70 anos. Saiu de casa para prestar declarações no Tribunal de Almada, enquanto queixosa num processo de violência doméstica, quando se sentiu mal com indícios de AVC.
Os funcionários do Tribunal ligaram para o 112 para acionar o socorro, mas não foram atendidos.Estiveram uma hora e meia em espera a tentar contactar o INEM, uma chamada que nunca foi atendida.
Sem meios estavam também os Bombeiros Voluntários de Almada que, quando receberam o pedido de socorro, responderam que não tinham como enviar qualquer ambulância. Acabou por ser a PSP a transportar a idosa ao Hospital Garcia de Orta, onde acabou por falecer.
MP ordenou realização de autópsia
Depois de ter tido conhecimento de que a idosa falecera e que o corpo tinha sido entregue à família, o Ministério Público ordenou que o corpo regressasse ao hospital para ser realizada uma autópsia.
A Procuradoria-Geral da República também terá aberto um inquérito para investigar a causa e as circunstâncias do óbito.
Em menos de uma semana já morreram quatro pessoas por alegado atraso no atendimento na linha de emergência.
Estas mortes podem estar associadas à greve dos técnicos do INEM às horas extra.
Até ao momento, o INEM ainda não prestou esclarecimentos sobre a morte desta idosa. Diz, apenas, estar a implementar medidas de contingência para fazer face a este momento.