O hospital Amadora-Sintra está a realizar cirurgias de urologia com recurso a um robô topo de gama. O aparelho aumenta a precisão e a segurança e permite melhores resultados e menos tempo de internamento.
A operação é feita a partir de comandos e pedais. Os braços do robô estão ligados às pinças que foram colocadas no corpo do doente.
"A próstata está no fundo da cavidade pélvica, anatomicamente está numa zona de difícil acesso e quando tínhamos de fazer cirurgia aberta tínhamos de estar todos tortos para ver o campo cirúrgico e aqui não. É como se estivéssemos dentro do doente e isso foi um grande avanço”, explicou o médico cirurgião Fernando Ferrito.
A operação agora faz-se com três pequenos furos no abdómen. As mãos do cirurgião ficam nos comandos, a definir os movimentos, os pés controlam as funções das pinças e a câmara permite aos médicos, de fora, ver tudo com detalhe e definição.
É uma cirurgia “muito segura, vemos estruturas muito ampliadas, permite-nos distinguir bem vasos e outras estruturas. Há rigor na cirurgia que nos dá alguma tranquilidade”, acrescentou o médico Fernando Ferrito.
O processo cirúrgico torna-se mais preciso e, por isso, com menos risco para o doente.
O Hospital Amadora-Sintra tem este robô desde o final de abril, mas ainda só o usa para as cirurgias de urologia. A ideia é expandir para outras áreas.
"As áreas onde o robô tem mais utilidade e utilização é nas áreas onde os campos anatómicos são mais difíceis. Estamos a começar com urologia, depois introduzimos a cirurgia geral e a ginecologia também faz parte dos nossos planos.”
Os médicos e as equipas têm de ter formação para a cirurgia robótica, que pode ser feita no privado ou no estrangeiro. Além da segurança, o robô também pode diminuir o tempo da cirurgia e dá a possibilidade de ter o doente menos tempo no hospital.
A anterior direção executiva do SNS decidiu aplicar dinheiro do PRR para a compra de mais robôs para os hospitais públicos. Portugal está muito abaixo da média da Europa no que toca à cirurgia robótica.
Já existiam cinco, divididos entre os centros hospitalares centrais de Lisboa e Porto. O sexto foi para o Amadora-Sintra, em Lisboa, o primeiro hospital periférico a receber um e de maio até agora já foi usado para 30 operações aos rins e à próstata.
Cada robô custa mais de dois milhões de euros e a manutenção supera os 100 mil euros por ano.