Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro (portugueses), Shergili Farjiani (georgiano), Rodolf José Lohrmann (argentino), e Mark Cameron Roscaleer (inglês) fugiram da cadeia de Vale de Judeus com um plano definido e ajuda do exterior.
No interior da prisão, as rotinas que tinham podem ajudar a perceber que papel cada um deles desempenhou na fuga.
Segundo o jornalista Luís Maia, um dos reclusos portugueses - Fábio Loureiro - teria uma estrutura de ajuda no exterior que lhe permitia, por exemplo, não fazer as refeições no refeitório - significa que tinha dinheiro para comprar mantimentos na mercearia da prisão.
O mesmo acontecia com José Lohrmann (conhecido como “Russo”), que teria uma rede de apoio no estrangeiro, e Mark Cameron, o inglês. Este último terá até oferecido 300 mil euros a quem o tirasse da prisão, diz-se no meio prisional.
Em sentido contrário, o português Fernando Ferreira - faxineiro no refeitório - comia lá quase sempre. Não era um recluso com uma vida “fácil ou abastada” como os anteriores, explica Luís Maia. Então, qual poderá ter sido o seu papel? Recorde-se que este já tinha fugido da prisão quatro vezes.
“Se fosse preciso uma rede de contactos em Portugal para que pudessem sair da prisão, Fábio Loureiro podia ser o homem mais bem colocado para o conseguir. Mas se quisessem sair para o estrangeiro, o ‘Russo’ seria o mais bem colocado. Mas talvez fosse preciso alguém para organizar uma fuga mais bem conseguida e Fernando Ferreira fugiu quatro vezes”, afirma Luís Maia.
E o papel do georgiano? Shergili Farjiani era “completamente diferente” dos restantes, já que não recebia visitas e não tinha quaisquer posses. Eram até outros reclusos que o ajudavam para ter roupa para vestir.
“Diz-se que o georgiano não planeava fugir, mas que pode ter aproveitado a boleia.”
E para planear a fuga terão ajudado as cinco horas de ar livre por dia (duas de manhã e três à tarde) em contacto uns com os outros.