A Força Aérea Portuguesa inaugurou um telescópio ótico em Beja para monitorizar o espaço. O equipamento, feito em conjunto com uma empresa privada, vai contribuir para a defesa nacional, podendo evitar a colisão entre satélites.
Como um dos mais avançados do mundo, o telescópio foi pensado para captar imagens a distâncias entre os 300 e os 8000 quilómetros.
Instalado na Base Aérea número 11, em Beja, é fruto de uma parceria entre a Força Aérea e a Neuraspace, com sede em Coimbra, uma das empresas líderes mundiais na gestão de tráfego espacial.
Este telescópio vem ajudar a "perceber o que é que nos sobrevoa no nosso país”, explica João Cartaxo Alves, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, que aponta que o país fica “muito mais capacitado para responder a desafios futuros”.
“A força Aérea estabeleceu uma nova estratégia para o futuro, que assenta em dois grandes pilares: meios de última geração e capacidade de trabalhar no próximo domínio operacional, que é o espaço", sublinhou Cartaxo Alves, em declarações aos jornalistas.
Financiado pelo PRR
Com um financiamento de 25 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o telescópio é também amigo do ambiente.
"Vai permitir poupar combustível, ou seja, é um ecossistema da defesa, das empresas nacionais, que nos permite estar atuais e sempre em cima dos mais pequenos acontecimentos”, prossegue o chefe do Estado-Maior da Força Aérea.
“É capaz de ser o sensor de Space Surveillance and Tracking mais evoluído da Europa neste momento, tem capacidades que ultrapassam um pouco os restantes sensores óticos que existem, e, em termos operacionais, só tem vantagens", assegura.
A empresa Neuraspace garante que o telescópio vai acrescentar valor à plataforma de gestão de tráfego espacial, que atualmente monitoriza mais de 300 satélites.