Um dos primeiros passos da investigação foi interrogar os guardas prisionais responsáveis por monitorizar as câmaras de segurança e acionar o alarme em caso de fuga. Os investigadores querem entender como foi possível que as imagens, que chegavam em tempo real, fossem ignoradas.
Naquela hora, que não terá sido escolhida ao acaso, a atenção dos guardas estava principalmente focada nas revistas aos visitantes e nos chamados parlatórios. O alarme interno só foi acionado 40 minutos após a fuga.
Os guardas prisionais agora ameaçam paralisar as prisões, caso a responsabilidade pela falha recaia sobre eles.
O diretor-geral das 49 prisões do país admitiu que a rede elétrica, que deveria estar ativa, estava desligada no momento da fuga devido à insuficiência de energia.
Há sete anos, a ex-ministra Francisca Van Dunem, ao apresentar um plano de 10 anos, alertou para a degradação da prisão de Vale de Judeus e a necessidade de investir em equipamentos de segurança. No entanto, essas medidas ficaram paradas.
Mais de 48 horas após a fuga, a Polícia Judiciária continua a reconstituir o plano dos cinco reclusos, visto como um embaraço para o Estado português. Foi lançada uma das maiores operações de caça ao homem em Portugal.
Polícias estrangeiras, incluindo a Interpol e a Europol, já têm a identificação dos fugitivos, mas esta segunda-feira, as autoridades espanholas, contactadas pela SIC, negaram terem sido informadas.
As pistas falsas continuam a surgir. Primeiro, houve a informação de que o carro alegadamente usado na fuga tinha sido encontrado no Algarve, mas essa hipótese foi rapidamente descartada pelos investigadores. Agora, uma nova pista surgiu na estação de comboios em Coimbra, onde alguém afirmou ter visto dois dos reclusos, Fábio Loureiro e Mark Roscaleer. No entanto, as imagens de videovigilância não confirmaram a presença deles.