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Seguradores alertam que quase metade dos proprietários de casas não têm seguro contra sismos

O terramoto de magnitude 5,3 na escala de Richter, ao largo de Sines, que foi sentido com maior intensidade nas regiões de Lisboa e Setúbal, veio colocar em cima da mesa a urgência de medidas de segurança e precaução.

Joana Rita de Almeida

Luís Bernardino

Daniel Fernandes

Os dados mais recentes avançados pela Associação Portuguesa de Seguradores revelam que 47% dos proprietários não têm seguros contra sismos. Atualmente, os bancos já exigem esta cobertura se for solicitado um empréstimo, mas a mudança é recente. 

Mais de metade dos edifícios em Lisboa foram construídos antes de a primeira lei da proteção sísmica entrar em vigor, em 1982. 

É o que acontece com a casa no número 50 da Rua dos Remédios, em Lisboa. Apesar de ter sido alvo de uma intervenção em 1998, não há certezas sobre se o risco sísmico - que é elevado no bairro de Alfama – foi acautelado. Nelson vive aqui há mais de 40 anos. Espera que a proprietária tenha um seguro que ajude a mitigar o custo de eventuais danos na habitação. 

Esta é uma das zonas mais críticas na capital.Os prédios são antigos e concentram um número elevado de moradores. 

Mas jogar pelo seguronão é para todas as carteiras: há quem não tenha como pagar uma cobertura antissísmica. Ataxa é calculada pelas seguradoras tendo em conta a zona e a data de construção do edifício. 

Por não ter essa garantia, Susana, moradora em Alfama, está até a decidida a mudar de morada.“Já noutras alturas tinha pensado mudar de casa e agora estou mesmo resolvida”, afirma.  

“O meu prédio será dos primeiros a cair [em caso de sismo], porque ele é muito antigo”, admite David, outro morador do bairro de Alfama. “É preciso um abanão, literalmente, para a gente começar a pensar nisso.” 

Associação Portuguesa de Seguradores alertaque só uma em cada cinco casas no país tem seguro contra o risco de sismo. 

Depois do susto desta segunda-feira, apesar do tremor de terra de magnitude 5,3 na escala de Richter não ter causado danos, a urgência de medidas de segurança voltou a estar em cima da mesa.A expectativa é que nos próximos tempos sejam pensadase aplicadas, de Norte a Sul do país, porque prevenir é sempre a melhor opção.

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