A maternidade de Portimão está fechada há quatro dias e as grávidas de todo o Barlavento Algarvio estão a ser encaminhadas para Faro. Na madrugada de segunda-feira, uma delas acabou por dar à luz a meio do caminho, na Via do Infante.
A ambulância dos Bombeiros de Portimão teve de encostar na berma da A22 e, mesmo ali, perto de Albufeira, fazer-se ao trabalho de parto.
A ambulância já vinha acompanhada por uma viatura médica do INEM. Isto porque o risco de parto iminente foi desde logo detetado pelos socorristas, que assistiram a grávida de 20 anos ainda em casa depois da chamada ao 112, por volta das 05:00 da manhã.
Encerrada desde sábado, a maternidade de Portimão - que até ficava perto - não foi opção. Faro passou a ser o único caminho possível, mas não houve tempo para completar os 70 quilómetros de percurso e a bebé nasceu na Via do Infante, pouco depois das 06:00.
O autarca de Portimão, Álvaro Bila, manifesta preocupação com o encerramento da maternidade, sobretudo em época de incêndios, o que pode sobrecarregar os bombeiros.
“A nossa preocupação muito grande é que também todos sabemos que nesta altura de incêndios os bombeiros possam não estar disponíveis para transportar as pessoas para Faro. Não queremos que nada corra mal”, disse à SIC.
O encerramento da maternidade pode obrigar, no limite, a que uma grávida de Aljezur tenha de fazer mais de 100 quilómetros para ter o bebé.
A administração da Unidade Local de Saúde diz estar a tentar contratar neonatologistas tarefeiros que permitam reabrir a unidade.
“A maternidade de Portimão não pode ser fechada. Sabemos que é importantíssima para todo o Barlavento Algarvio”, reforça o autarca de Portimão.
Um recado para a ministra da Saúde, que ainda esta semana prometeu reestruturar os serviços em todo o país. Portimão vai continuar fechada a grávidas com mais de 22 semanas de gestação. Todas as outras poderão continuar a receber assistência de obstetrícia.