A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusa a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de incompetência e fala na hipótese de demissão da governante. A estrutura sindical considera que a ministra levou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a “bater no fundo”.
“A ministra da saúde, Ana Paula Martins, está no cargo há mais de quatro meses e conseguiu levar o SNS a bater no fundo. O que estamos a assistir tem sido catastrófico”, afirma Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), entrevistada na SIC Notícias.
Joana Bordalo e Sá afirma que “encerrar 13 urgências de ginecologia/obstetrícia, obrigando bebés e grávidas a fazer 200 quilómetros” para chegar a um hospital é pôr a população “em risco”.
Mas as críticas da FNAM à tutela não ficam por aqui. A ministra é também acusada de, desde que assumiu o cargo, ter lançado problemas com o INEM, atacado administrações hospitalares, atrasado os concursos de colocação de médicos e publicado diplomas para pagar horas extraordinárias aos médicos como sendo horas normais.
“Nada fez” para manter médicos no SNS
Joana Bordalo e Sá defende que há respostas para os problemas do Serviço Nacional de Saúde, mas que o Governo não ouve os médicos.
“Há soluções”, insiste a dirigente sindical, apontando que estas passam por grelhas salariais mais justas (uma vez que os médicos portugueses são “dos mais mal pagos a nível europeu”) e pela melhoria das condições de trabalho (com a revisão da jornada de trabalho semanal e a integração de médicos internos na carreira, por exemplo), de modo a fixar os profissionais de saúde no SNS.
“Precisamos mesmo de ter recursos humanos”, frisa Joana Bordalo e Sá, referindo que a ministra da Saúde “nada fez para ficarem mais médicos”.
“Precisamos de uma equipa ministerial com vontade de negociar”, continua a dirigente sindical, rematando com um pedido de demissão da ministra Ana Paula Martins.
“Não tem competência para exercer este cargo. Questionamos se não deve, efetivamente, apresentar a demissão”, atira Joana Bordalo e Sá.