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Casos de doentes que ligaram 112 à porta de urgências são vários nos últimos anos

O caso da grávida das Caldas da Rainha não é um caso isolado. Nos últimos anos foram várias as situações em que pacientes tiveram de ligar para o 112 à porta das urgências porque não lhes foi prestada assistência médica.

Marta Tuna

Ricardo Tenreiro

No último ano foram vários os utentes que tiveram de ligar para o 112 à porta das urgências, por não conseguirem assistência nos hospitais. Estes são casos que se repetem e basta recuar apenas quatro meses para encontrar exemplos desta situação.

Na altura, a urgência pediátrica do Hospital de Viseu estava encerrada durante o período noturno, aos fins-de-semana, por falta médicos. Centenas de pais ligaram para o 112 para que as crianças pudessem ser socorridas à porta da urgência. As únicas alternativas referenciadas eram os hospitais de Aveiro, Coimbra ou Braga, uma viagem de mais de 100 quilómetros para quem precisava de socorro imediato

Mais a norte, em dezembro do ano passado, uma criança foi socorrida junto à entrada da urgência do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. O serviço de urgência pediátrica estava fechado, mas desta vez pela recusa dos médicos em trabalhar para além das 150 horas extras previstas na lei. A mãe da criança ligou para a linha saúde 24, que acionou o INEM. A criança foi estabilizada no local e levada para o Hospital de Gaia.

Estes são casos em que o desfecho não foi trágico, mas nem todos foram assim. Há um ano um homem morreu à porta do hospital de Serpa, em Beja. As urgências estavam fechadas devido à falta de médicos. O homem esteve um hora à espera de assistência médica, os bombeiros foram chamados ao local, mas não chegaram a tempo.

Estas são situações cada vez mais comuns e que preocupam quem é chamado a prestar socorro no local, uma vez que também os técnicos de emergência pré-hospitalar enfrentam constrangimentos.

“Partindo do princípio que temos menos ambulâncias disponíveis porque estão algumas encerradas devido à falta de técnicos de emergência pré-hospitalar. A nossa frota está também envelhecida, o que aumenta o risco principalmente nestas viagens longas, como estamos agora a referir agora ao caso. De facto existe algum risco acrescido para os doentes e esperamos que não venha a acontecer algum caso mais grave”, explica Rui Lázaro, presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

Confrontados com a necessidade de percorrer cada vez mais quilómetros para prestar assistência e levar os utentes às urgências em funcionamento, os técnicos de emergência pré-hospitalar lembram vital a informação das urgências abertas esteja disponível e atualizada.

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