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Urgências de obstetrícia encerradas aumentam 40% e há quatro vezes mais condicionamentos

Os dados divulgados pelo jornal Expresso contrariam a narrativa do novo Executivo, que assegura que há menos dificuldades de acesso das grávidas ao Serviço Nacional de Saúde.

Elsa Gonçalves

Gonçalo de Freitas

As urgências obstétricas pioraram desde o último ano, com mais encerramentos. É o que aponta uma investigação do jornal Expresso, que contraria o que tem sido afirmado pelo Governo.

A grávida de Torres Vedras que fez mais de 170 km em trabalho de parto, por não existirem maternidades mais próximas disponíveis para a receber, é o caso mais recente dos problemas nas urgências obstétricas.

Comparados os primeiros 30 dias da lista de publicação de hospitais com urgências - que começou a 14 de junho - com o mesmo período do ano passado, houve mais 40% dos serviços de atendimentos para grávidas encerrados e quatro vezes mais condicionamentos.

De acordo com a análise feita pelo Expresso, em 77% dos dias fecharam mais serviços. Em apenas três houve mais um atendimento aberto do que no ano passado.

No caso dos hospitais com urgência exclusiva para casos referenciados, os constrangimentos dispararam, nas contas do Expresso, 305%.

Segundo o portal das urgências do SNS, esta sexta-feira a urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, está encerrada. No Hospital Santa Maria, em Lisboa, as obras mantêm fechada a urgência de obstetrícia. Reservadas a doentes internos ou referenciados estão as urgências de obstetrícia e ginecologia do Hospital São Francisco Xavier e também do Hospital Amadora-Sintra, que inclui a urgência pediátrica.

Numa altura em que a gestão das férias dos profissionais condiciona a elaboração das escalas, o Governo contraria números e garante que o Programa de Emergência - que inclui uma estratégia para o verão - assegura menos dificuldades de acesso das grávidas às urgências hospitalares.

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