A procuradora-Geral da República, Lucília Gago, aceitou a data proposta pelos deputados para ser ouvida no Parlamento no dia 11 de setembro, disse esta quarta-feira a presidente da primeira comissão.
Recorde-se que no passado dia 3 de julho, os deputados aprovaram os pedidos de audição apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PAN para ouvir Lucília Gago.
No caso do requerimento do Bloco de Esquerda, que apenas mereceu a abstenção do Chega, o texto referiu que a procuradora Geral da República deveria ser ouvida com "caráter de urgência sobre a apresentação institucional do relatório anual de atividades do Ministério Público".
A PGR manifestou essa disponibilidade mas solicitou à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias que a audição se realizasse depois de concluído o relatório anual de atividades do Ministério.
Outra ideia, de acordo com o entendimento maioritário entre os deputados, é que a audição com Lucília Gago deverá decorrer à porta aberta, com a presença de jornalistas.
A confirmação da data da audição e a resposta da PGR surgem um dia depois de o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ter manifestado publicamente o seu desagrado com o facto de Lucília Gago ter quebrado o silêncio numa entrevista à RTP e ao no Parlamento, aos deputados.
Se essa intervenção pública de Lucília Gago "tivesse acontecido há muito mais tempo", havia “menos razões para ter juízos que foram feitos e que eram desproporcionais ou descabidos em relação à atuação do Ministério Público”, disse Aguiar-Branco.
O presidente do Parlamento sublinhou ainda que "teria sido melhor" que a intervenção da PGR tivesse sido na Assembleia da República por ser "o lugar por expressão de maior dignidade nos órgãos de soberania" e "o local onde estão os representantes do povo".
[Notícia atualizada às 17:06]