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Naufrágio na Marinha Grande: “Mesmo que o barco tivesse bolsa de ar, já não há nada a fazer”

Familiares e amigos dos desaparecidos no naufrágio na Marinha Grande vivem, naturalmente, um momento de grande devastação. À medida que as horas passam, a esperança vai desaparecendo.

Augusto Madureira

Catarina Lúcia Carvalho

Sérgio Campos

Na praia da Leirosa, só se olha para o mar. Pescadores e familiares recordam os que morreram e aguardam por notícias dos que estão desaparecidos.

Elísio, com quem a SIC falou, espera saber o que é feito de Eugénio Pata, o primo de 62 anos, e também de José Jacinto, o amigo de 59. Estavam ambos na "Virgem Dolorosa", traineira de uma terra de crentes.

“Em terra de pescadores é assim. O único que não foi pescador dos irmãos fui eu. Terra de pescadores e muita fé. O pessoal que está aqui não sai, têm aquele entrave, aquela dor no peito”, conta Elísio Silva à SIC.

Mas à medida que as horas passam, o mar não lhes trás respostas. Pode manter-se a fé, mas a esperança desaparece.

“Não há esperança. Mesmo que o barco tivesse bolsa de ar, já não há nada a fazer”, diz Elísio.

João Delgado, presidente da cooperativa Mútua dos Pescadores, explica que esta situação é “muito complexa” para a comunidade piscatória e é “sempre um choque” cada vez que acontece.

O Presidente da República já falou com as famílias para apresentar condolências e vai no sábado à Figueira da Foz. O primeiro-ministro esteve na quarta-feira no local para garantir todo o apoio necessário.

“Já tive oportunidade de falar com duas das famílias, demonstrar consternação e toda a disponibilidade para acompanhar a situação e as consequências que esta tragédia traz a estas famílias”, disse o primeiro-ministro Luís Montenegro.

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