A forma como André Ventura, líder do Chega, conduziu a inquirição a Daniela Martins, mãe das gémeas luso-brasileiras alegadamente favorecidas no Serviço Nacional Saúde (SNS) com um medicamento inovador para o tratamento da atrofia muscular espinhal, indignou, durante o fim-de-semana, políticos e comentadores.
O Secretário-Geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos e os comentadores da SIC, Luís Marques Mendes e Ana Gomes foram algumas das personalidades que criticaram a forma como o líder do Chega se dirigiu a Daniela Martins, na sexta-feira, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito.
Esta segunda-feira, em conferência de imprensa, André Ventura não se mostrou sensível às críticas:
"Ao contrário do que tem sido dito por Pedro Nuno Santos e por vários responsáveis do PSD, eu não tenho vergonha nenhuma nem nenhum espírito de reconsideração em relação à inquirição que o Chega levou a cabo à doutora Daniela Martins", afirmou.
"É preciso que alguém consiga dar um murro na mesa, consiga expor as contradições e as omissões, mesmo em situações de difícil emotividade ou de especial vulnerabilidade ou fragilidade", acrescentou André Ventura.
O Chega quer ouvir agora, na Comissão Parlamentar de Inquérito, o empresário José Magro, que na audição de sexta-feira, foi apontado por Joana Mortágua como tendo sido intermediário entre a mãe das crianças e o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa.