No Dia Mundial do Refugiado, as contas apontam para 117 milhões de pessoas deslocadas à força, vítimas de perseguições, guerras e violações dos direitos humanos até ao final do ano passado. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 43 milhões têm necessidade de proteção internacional.
"Utilizamos este dia para assinalar e para alertar para as condições não só das pessoas refugiadas, mas noutras de em condições de deslocação forçada como requerentes de asilo, apátridas e outras pessoas com necessidade de proteção internacional", explica Joana Feliciano.
No final de 2023 foram registadas 117 milhões de pessoas deslocadas à força, "fruto da complexidade e da continuidade do agravamento de vários conflitos mundiais e emergências humanitárias. São pessoas que fogem vítimas de perseguição, de violação dos direitos humanos, dos efeitos das alterações climáticas que se têm agravado em vários países, nomeadamente a no continente africano, mas não só".
"Dos 120 milhões, 40%, são crianças, a maioria são mulheres e meninas que estão numa posição de extrema de vulnerabilidade e é necessário que, não só a Agência da ONU para os refugiados que está no terreno em mais de 135 países, mas nós aqui, enquanto atores individuais da sociedade civil e entidades da sociedade civil, se possam juntar e mobilizar a sua solidariedade e que estejam conscientes da necessidade da resposta humanitária ao nível da segurança, abrigo, acesso aos cuidados de saúde e educação".
As respostas humanitárias que o ACNUR garante no terreno "estão gravemente colocadas em risco devido ao aumento das emergências humanitárias, das suas necessidades e do grande subfinanciamento", refere responsável de marketing e comunicação da Portugal com ACNUR.
Mais de 72 mil refugiados em Portugal
O ACNUR está há 6 anos em Portugal e os dados de relativos ao ano passado dizem que, desde 2015, mais de 72 mil pessoas refugiadas, incluindo requerentes de asilo, foram acolhidos por Portugal.
"Trabalhamos focados na sensibilização, desde contexto escolar, universitário, também junto de entidades privadas e entidades públicas, fazendo um trabalho constante de sensibilização ao nível dos contextos humanitários para tornar a população mais acolhedora, mais sensível à acutilante realidade das pessoas forçadas a fugir que chegam ao nosso país".
É sempre possível fazer melhor na proteção a estas pessoas, "apelamos sempre a sensibilização à realidade destas pessoas, porque na verdade estas pessoas poderíamos ser nós.
"Temos que estar atentos e sermos de alguma forma ativos na nossa palavra, em passar a palavra junto da comunidade onde nos inserimos para continuamos a ter uma posição de maior acolhimento a benevolência e perceber o contexto e a empatia com estas pessoas que chegam junto das nossas comunidades".