Na leitura dos resultados das eleições europeias, José Manuel Fernandes, que até era eurodeputado, não tem dúvidas do que aconteceu do ponto de vista da agricultura.
"Houve um radicalismo verde no parlamento europeu onde os socialistas também o acompanharem, muitos liberais e também os verdes. Se você olhar para os resultados, vai ver que estes grupos que eu referi perderam muitos deputados", diz José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pesca.
Do que emana da comunidade Europeia muito é a pensar nas alterações climáticas, mas o ministro da agricultura espera que os próximos tempos fiquem marcados pelo gradualismo e o apoio para essa transição.
"É que aqueles que defendem objetivos climáticos impossíveis de atingir num curto espaço de tempo, que não apoiam os agricultores para essa transição, são aqueles que são mais inimigos do ambiente e mais favorecem é o crescimento dos extremos. Aquilo que é mais importante é nós termos objetivos que são ambiciosos, mas que se podem atingir em termos climáticos, e depois que se dê condições aos agricultores para os atingir, que sejam apoiados para esse objetivo e, para além disso, que haja gradualismo em vez de radicalismo", explica o ministro.
Depois de um início do ano bastante conturbado na agricultura nacional, sobretudo na relação entre a tutela e as confederações de agricultores, José Manuel Manuel Fernandes, garante que há um clima de diálogo e de defesa de um interesse comum.
"Há aqui uma mudança de atitude a esse nível. Temos um ministério onde, também, a floresta voltou a ele, onde queremos não só a união do ministério, como ele esteja presente em todo o território. Da nossa parte posso-lhe garantir que daremos o máximo e em termos europeus também defenderemos politicas amigas do ambiente e, em simultâneo, do agricultor", diz José Manuel Fernandes.
De visita à Feira Nacional da Agricultura em Santarém, o ministro anunciou medidas de simplificação do acesso às ajudas do PEPAC. Há novos apoios para jovens agricultores e e para alguns setores em particular, como é o caso da apicultura. O ministério vai ainda defender uma proposta de uma garantia europeia para os seguros que reparem perdas na produção.