A política de imigração esteve em análise na noite de domingo na SIC notícias. Da esquerda à direita, a má execução ou a falta de estratégia e recursos humanos foram apontadas como os principais problemas da AIMA, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo.
Hugo Carneiro, deputado do PSD, disse separar-se por completo da visão do PS dos últimos anos - “que abandonou as pessoas a esta situação que é altamente censurável” - mas garantiu também não concordar com a posição do Chega.
"[O Chega] anuncia por exemplo o abandono do pacto de migrações da ONU. Não consigo perceber isso, porque isto é um pacto que não tem nenhum caráter vinculativo para nenhum Estado, pressupõe apenas alguma articulação entre os diferentes Estados", disse.
"Estes números aumentaram por força de abandonarmos estas pessoas numa condição completamente desumana que ficam à mercê destas redes de tráfico humano que devemos censurar e é bom que seja atacado implacavelmente", acrescentou.
Sobre a extinção do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), Pedro Delgado Alves, deputado do PS, falou do facto de a extinção ter sido "várias vezes adiada precisamente porque era uma operação de grande complexidade" e garantiu que não foi por "falta de planeamento", mas sim por "dificuldade na execução da medida".
Sobre a posição do Chega, o deputado do PS garante que o partido "está errado".
Cristina Rodrigues, deputada do Chega, afirmou que concorda que tenha havido e ainda haja dificuldade "de execução daquilo que era a proposta de execução da AIMA que o PS tinha".
Contudo, a deputada afirmou também que “há claramente uma falta de estratégia a vários níveis”.
“Sabendo que se tinha alterado a lei de imigração era muito expectável que houvesse um aumento brutal do número de pedidos”, disse.
Em defesa da posição do seu partido, a deputada disse que o que se tem passado "é enganar as pessoas".
"As alterações legislativas que foram efetuadas à lei da imigração aumentaram em muito aquilo que se chama o efeito chamada e o efeito chamada apenas facilita o trabalho das redes de tráfico de seres humanos e auxilia a imigração ilegal e portanto vir com esta conversa a parecer que são humanistas e que estão preocupados com as pessoas não é verdade", disse.
"Da mesma forma que não se pode dizer que o aumento da violência está ligado à imigração também não se pode dizer o oposto como estão constantemente a dizer", garantiu.
Na opinião de Fabian Figueiredo, deputado do Bloco de Esquerda (BE) , "o problema é que a AIMA foi criada de forma completamente acidentada".
Para o deputado se não houvesse mão de obra imigrante "havia setores centrais da economia portuguesa que iriam à falência" .
"Os imigrantes são essenciais à economia portuguesa", afirmou.