Com o encerramento noturno da urgência pediátrica de Viseu, e a possibilidade de verem as crianças transportadas para Coimbra - mais de uma hora de viagem -, há pais que estão a recusar a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"À nossa chegada ao local, e após avaliação da vítima, e quando damos a indicação que vamos fazer passagem de dados e pode haver indicação de transferência para o hospital de Coimbra, têm ocorrido algumas recusas por parte dos familiares assinando o verbete e recusando mesmo o transporte", explica Márcio Teles, comandante dos Bombeiros voluntários de Mangualde.
O comandante dos bombeiros diz que não há uma razão específica e que "em alguns casos é porque depois não têm forma de retorno, outros é porque entendem que ou por meio próprio ou por outra via vão a uma outra unidade hospitalar".
Nos últimos meses, primeiro ao fim de semana e agora todos os dias, durante a noite, sem atendimento na urgência, os menores de 16 anos têm resposta em Coimbra.
Para os bombeiros dos concelhos periféricos de Viseu isso significa o hipotecar da segunda linha de resposta em caso de emergência.
Até ao momento já tivemos entre 3 a 4 situações em que a vítima foi transferida para Coimbra (...) O tempo de espera é de cerca de 2h30/3h tendo em conta as deslocações, mas basta pensar que dentro do concelho de Mangualde temos situações em que o tempo de resposta até chegar ao local é de 30/35min.
A federação dos bombeiros de Viseu lembra que a chegada do verão tira ainda mais disponibilidade de operacionais e que uma solução breve é a única forma de evitar mais constrangimentos.
Desde sexta-feira que a urgência pediátrica de Viseu está encerrada todas as noites e, segundo o plano de emergência para a saúde, haverá um centro de saúde aberto até às 23h e os utentes devem ser referenciados pela saúde 24 para poder ser atendidos em Viseu.