País

Imigração: Ventura aponta "erros" do Governo, mas reconhece "aproximação" ao Chega

O Governo apresentou esta segunda-feira o novo plano de ação para as migrações. Entre as 41 medidas, destacam-se a extinção do designado procedimento de Manifestação de Interesse e a reestruturação da AIMA.

Rita Rogado

Apesar de considerar que houve uma "aproximação ao Chega" com o fim da Manifestação de Interesse, André Ventura ameaça votar contra o plano do Governo para a imigração. O presidente do Chega diz que o plano é "ineficaz".

Em declarações aos jornalistas após o primeiro-ministro e o ministro da Presidência apresentarem o plano de medidas para as migrações, André Ventura apresentou o que considera serem "erros", como o reagrupamento familiar e a ausência de medidas para a criminalidade.

"Ao contrário do que tinha sugerido na campanha, o Governo não toca neste plano, na questão dos imigrantes que cometem crimes", afirma, referindo-se à criminalidade.

Continuaremos a ter "aqueles que são imigrantes no nosso país e nele cometem crimes" a poderem permanecer em Portugal, prossegue.

O líder do Chega considera também um "erro" o Governo "facilitar ainda mais o reagrupamento familiar".

"Não só em Portugal como em toda a Europa, um dos grandes problemas é o uso de menores como forma de promover o reagrupamento família", acrescenta.

Sublinha ainda que Luís Montenegro defendeu "quotas ou algo parecido" de imigração durante a campanha para as eleições legislativas. No entanto, "nada consta" no plano para a imigração apresentado esta segunda-feira, refere.

"Quer fazer carta de intenções, mas manter a mesma política migratória do Governo de António Costa. E isso a direita não pode perdoar".

André Ventura defende que o plano apresentado pelo Governo "acaba por se revelar frouxo, mal formado e pouco eficaz".

"Se este plano se mantiver com o nível de inconsequência e ineficácia, não terá nenhuma hipótese de passar na Assembleia da República", indica.

Contudo, André Ventura diz que há uma "aproximação" ao Chega com a extinção da Manifestação de Interesse, ou seja, passará a ser necessário um contrato de trabalho para obter um visto de residência.

O Governo apresentou esta segunda-feira o novo plano de ação para as migrações, assente em quatro pilares: imigração regulada, apostar na atração de talento estrangeiro, acolher bem e com humanismo quem vem e colocar o Estado a funcionar melhor. O primeiro-ministro assumiu que quer adotar uma política que não é "nem de portas fechadas, nem escancaradas".

Entre as 41 medidas, destacam-se a extinção do designado procedimento de Manifestação de Interesse e a reestruturação da AIMA.

A partir de agora, será necessário um contrato de trabalho para obter um visto de residência, a medida que o partido de André Ventura considera uma "aproximação" do Governo ao Chega.

Últimas