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Sindicato da Polícia faz ultimato à ministra: "Dia D, última oportunidade para resolver o problema"

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia afirma que já iniciaram "contactos com grupos parlamentares na Assembleia da República", porque se o Governo não quiser resolver o problema das forças de segurança, "vai ter que ser o Parlamento a resolver”.

SIC Notícias

A ministra da Administração Interna volta esta quinta-feira a reunir-se com os sindicatos da PSP e associações da GNR por causa do suplemento de missão, depois de há uma semana ter apresentado uma nova proposta que desagradou aos polícias. Para o presidente do Sindicato Nacional da Polícia está é “a última oportunidade” que Margarida Blasco e o Governo têm para resolver o problema. “É preciso trazer tranquilidade para o setor da segurança”, afirma Armando Ferreira.

“Hoje é o dia D. Costuma dizer-se que se dá três oportunidades Hoje será a terceira oportunidade que nós vamos dar à senhora ministra para resolver um problema que se arrasta já há muitos meses e que precisa de ser resolvido com muita urgência. É preciso trazer tranquilidade para o setor da segurança. Haver insegurança no setor da segurança é algo que certamente ninguém quer”, sublinha.

Os seis sindicatos da PSP e as cinco associações da GNR já anunciaram abandonar as negociações e voltar aos protestos caso o Governo não apresente uma proposta que vá ao encontro das expectativas dos polícias.

“Hoje a senhora ministra não pode cometer o mesmo erro que cometeu nas duas outras reuniões anteriores. E não pode voltar a insistir em querer criar modelos que diferenciam a base de cálculo da atribuição do suplemento missão”, sublinha do presidente do Sindicato Nacional da Polícia.

Em entrevista na SIC Notícias, Armando Ferreira explica que na última reunião a ministra da Administração Interna voltou a insistir na atribuição de um suplemento missão que tem por base de cálculo o fator hierárquico.

“Só apenas 2% dos polícias portugueses aceita receber um suplemento de missão diferenciado pelo posto hierárquico e nomeadamente em que os agentes recebem menos, depois recebem menos os chefes e só os oficiais a que recebem mais, isso para nós é algo completamente inadmissível”, realça.

O Sindicato de Polícia não abre mão de um suplemento de cerca de 600 euros: “É um valor que nós consideramos que não tem grande negociação e por uma simples razão, já foi atribuído a uma polícia em Portugal [Polícia Judiciária], ou seja, há aqui uma situação em que nós já temos uma qualificação e uma quantificação do que é o suplemento de risco”.

“Receber o valor do suplemento missão é igual para todos, porque o risco é igual para todos”, destaca Armando Ferreira.

O presidente do Sindicato Nacional de Polícia adianta ainda que já foram feita diligências para o caso da reunião desta quinta-feira não alcançar os resultados obtidos pelas forças de segurança.

“Os próximos passos já começaram a ser dados no início desta semana, com contactos com grupos parlamentares na Assembleia da República. Porque aqui só há uma solução, se o Governo não quiser resolver, vai ter que ser o Parlamento a resolver”, avança Armando Ferreira

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