Duas idosas foram despejadas de uma casa no Porto onde viviam há mais de 15 anos. Estão agora num quarto, dividindo uma renda de 500 euros, e em lista de espera para uma casa da Câmara, que pode demorar até 5 anos a chegar.
Há 8 dias que Júlia e Felisbina estão a viver neste quarto, numa pensão no Porto, depois de terem sido despejadas. O despejo apanhou de surpresa estas senhoras de 74 e 75 anos, que viviam num apartamento T2 em Paranhos há mais de 15 anos. O proprietário não quis renovar o contrato e, por decisão judicial, foi dada ordem de despejo.
Júlia, a inquilina, vive com 600 euros, da reforma e pensão de sobrevivência, e ainda acolhia em casa a amiga. Está na lista de espera da Domus Social para que lhe seja atribuída uma casa camarária, com mais de 400 pedidos à frente.
As duas idosas não têm retaguarda familiar. Estão a ser acompanhadas pelo Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social da zona, que ajudou a arranjar um alojamento temporário e está a dar apoio na alimentação ao longo do dia.
Este não é caso único na cidade do Porto. O movimento Habitação Hoje tem acompanhado mais situações semelhantes a esta.
Em resposta à SIC, a Câmara do Porto remete responsabilidades do alojamento de emergência temporário para a Segurança Social. Admite que foi feita uma candidatura para habitação em regime de arrendamento apoiado em janeiro deste ano e que a candidata ocupa a posição 433.
A Segurança Social esclarece que a intervenção em matéria de ação social e de habitação é competência municipal. Adianta, no entanto, que depois do despejo foi ativada a Linha Nacional de Emergência Social.