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DGS usa Inteligência Artificial para detetar momentos de risco para a saúde

Há dez anos que Portugal tem um sistema que permite identificar, em tempo real, a mortalidade no país. As causas e os momentos em que mais se morre não se alteraram na última década, mas a Direção-Geral da Saúde (DGS) está a trabalhar com Inteligência Artificial (IA) para antecipar os períodos de risco.

Carolina Reis

Caetano Jorge

Andrés Gutierrez

Os detalhes de cada morte são disponibilizados de forma imediata. É assim que se conseguem determinar os padrões de doenças. Com a Inteligência Artificial, está agora a ser mais fácil saber o que mais mata, que grupos da população são mais afetados e, a partir daí, antecipar os períodos de risco.

Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde, explica: "No Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), temos um sistema de IA que lê os certificados de óbito em tempo real e propõe uma causa de morte que aprendeu com a nossa equipa de codificação. Nós usamos essa informação em tempo real para termos uma noção e, se virmos algo que foge do padrão, lançamos um alerta e agimos em conformidade."

Na base desta tecnologia recente está o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito, criado em 2014. Agora, permite à DGS fazer estratégias de saúde quase em tempo real, algo que se torna essencial nas épocas críticas, como o verão que se avizinha.

Pedro Pinto Leite acrescenta: "É fundamental ter um sistema preparado, prevendo uma onda de calor. Vamos monitorizando esse padrão de mortalidade para saber se está a fugir ao padrão e podermos dirigir medidas de comunicação nesse sentido. Quando sabemos que vem uma onda de calor, lançamos um alerta e ajustamos a intervenção em função do padrão que estivermos a utilizar."

André Peralta Santos, da DGS, afirma: "É um bom exemplo de digitalização na função pública para afinar políticas de saúde."

As principais causas de morte mantêm-se inalteradas e em linha com o que acontece no resto da Europa. As patologias do aparelho circulatório, o cancro e as doenças respiratórias continuam a ser o que mais mata os portugueses.

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