Os parques de estacionamento do Colégio Militar, Cosme Damião e Avenida Lusíada, em Lisboa, estão fechados ao público até domingo, devido aos concertos da cantora Taylor Swift, mas utentes e comerciantes queixam-se da falta de aviso e alternativas viáveis.
Os concertos da cantora norte-americana, integrados na digressão "The Eras Tour", decorrem no Estádio da Luz na sexta-feira e sábado, a partir das 18h00.
Numa nota divulgada na página da internet, esta segunda-feira, a EMEL-Empresa Municipal de Estacionamento e Mobilidade de Lisboa indicou que as restrições (com impedimento de acesso) começaram às 20h00 de sábado nos parques Colégio Militar e Cosme Damião e à mesma hora de segunda-feira no da Avenida Lusíada.
No entanto, a Lusa teve acesso a 'e-mails' enviados na sexta-feira a assinantes do parque do Colégio Militar, junto ao Centro Comercial Colombo, referindo que ficaria fechado a partir das 20h00 de segunda-feira (48 horas depois do que é indicado na nota da EMEL) e que uma alternativa seria o parque Cosme Damião (um espaço fechado).
Na mensagem enviada aos assinantes no dia anterior ao início das restrições foi pedida "a retirada antecipada da viatura".
"Por forma a minimizar qualquer incómodo aos assinantes dos parques afetados, foi disponibilizada a possibilidade de estacionarem, durante este período, nos parques do Alto dos Moinhos, Estrada da Luz, Telheiras Nascente e Telheiras Poente, bastando, para o efeito, identificar-se no momento de acesso com o número da assinatura mensal", explicou a empresa na sua página na Internet.
No caso do Colégio Militar, acrescentou, os condicionamentos servem "para montagens e criação de bolsas para os milhares de espetadores em espera para a entrada e que poderão vir alguns dias antes".
A criação destas bolsas é também a justificação para o fecho do parque Cosme Damião. Com efeito, na entrada pela Rua Dr. João Couto, já está montado um painel a indicar "Piso 3" e "Waiting Area" ("Área de Espera").
Utilizadores dos parques apanhados de surpresa
Vários comerciantes e trabalhadores nas proximidades foram apanhados de surpresa na segunda-feira com o fecho do parque, como foi o caso de Andreia Neto, comerciante, 34 anos, que "tinha um 'e-mail' da EMEL no 'spam' que só leu nesse dia, após se ver impedida de usar o parque.
"As avenças servem para isso, para termos o nosso lugar reservado e, neste momento, não nos deram solução, ou pagamos o estacionamento ou temos de ir de Uber", criticou a comerciante.
Para Andreia Neto, as alternativas da EMEL são todas "muito longe" e a empresa devia ter avisado com mais antecedência, pois "não estão a assegurar o que está no contrato" e "não houve sequer um aviso prévio de 30 dias", ou 15 dias para quem não tem assinatura.
Também a proprietária de um instituto de beleza e escola de formação, Catarina Moreira, criticou o encerramento do parque e a falta de alternativas.
"Pagamos avença mensal e não podemos usufruir do parque. Eu fiz uma cirurgia há pouco tempo em que não posso estar a deixar o carro longe e ter que fazer todo um percurso a pé, porque estou proibida pelo médico, e tenho estacionamento à porta do estabelecimento de que não posso usufruir", afirmou.
A comerciante adiantou que vai "reclamar e falar com uma advogada no sentido de ser ressarcida de todos os valores" que está a suportar em estacionamento, "estando ainda a pagar uma avença da EMEL".
Comerciante de materiais de construção na Rua Dr. João Couto, Filipe Monteiro referiu que o encerramento do parque da EMEL está a prejudicar clientes e funcionários do espaço.
"Nós temos diversas avenças com a EMEL para aquele parque e vemo-nos privados, de um momento para o outro. Ninguém esclarece nada e as alternativas que nos dão é quase a um quilómetro de distância", queixou-se.
O comerciante disse que já enviou vários 'e-mails' à EMEL, a pedir esclarecimentos, mas que não obteve qualquer resposta.
Trabalhadores de empresas junto ao parque do Colégio Militar relataram à Lusa que se deslocaram de manhã ao parque de Telheiras, mas que não conseguiram entrar por falta de funcionário para abrir a cancela. Outra reclamação reside no facto de as pessoas terem de pagar o transporte dos parques alternativos sugeridos pela EMEL para o local de trabalho.