Aos 13 meses, Duarte dá em casa os primeiros passos. É a partir daqui que tem estado a descobrir o mundo. A ideia dos pais era que estivesse na creche. Mas logo na gravidez, Catarina e o marido depararam-se com o problema da falta de vagas e foram forçados a arranjar uma alternativa.
“Fiz alguma investigação nas Caldas da Rainha para ver quais as creches que estavam disponíveis e percebi que, na maior parte delas, a inscrição é só depois do bebé nascer. Quando chegou a altura, em setembro, fiquei em lista de espera. Em outubro, voltei à minha atividade profissional e a minha mãe e a minha sogra, que têm alguma flexibilidade no seu trabalho, conseguiram gerir o seu horário para ficar com o Duarte”, conta Catarina Américo.
O caso de Catarina está longe de ser único. Um estudo recente - Portugal Balanço Social, 2023, da Universidade Nova de Lisboa - fez as contas: 7 em cada 10 crianças não têm acesso a creche. E entre os que conseguem ter vaga, são os mais pobres que passam menos tempo lá dentro.
Dados preocupantes, apesar de existir um programa que prevê a universalidade da creche. Criado no tempo da Geringonça, por pressão do PCP e do Bloco de Esquerda, a Creche Feliz prometia vagas grátis a todas as crianças nascidas a partir de setembro de 2021.
Ministério promete mais 12 mil vagas
Contactado pela SIC, o ministério da Segurança Social promete, no âmbito do PRR, aumentar os lugares nas creches - mais 12 mil.
Portugal tem o saldo natural negativo: morrem mais pessoas do que as que nascem. O mesmo é dizer que é preciso aumentar a natalidade.