A greve dos trabalhadores da função pública, que se realiza esta sexta-feira, levou ao encerramento de várias escolas e comprometeu a realização de vários exames em todo o país.
No Hospital Santa Maria, em Lisboa, vários utentes foram surpreendidos pela paralisação, que os deixou sem a possibilidade de realizar os exames que estavam agendados.
No setor da educação, várias escolas encerraram de norte a sul do país, segundo avançou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, à agência Lusa.
"Às 08:30 tínhamos a indicação de que há muitas escolas encerradas de norte a sul do país, mas ainda não temos dados concretos", disse.
À agência, Sebastião Santana afirmou ainda que espera uma grande adesão à greve também na saúde e nos serviços centrais, nomeadamente tribunais, Segurança Social e repartições de finanças.
"Sabemos também que já há uma grande mobilização de trabalhadores que estão a deslocar-se para Lisboa para a jornada de luta para a concentração de hoje [sexta-feira] à tarde no Ministério das Finanças, em Lisboa", disse, acrescentando que são esperados milhares de pessoas.
Motivos para a greve "aumentaram" com a chegada do novo Governo
Os motivos para fazer greve e protestar aumentaram, segundo Sebastião Santana, com a chegada do novo Governo e o conteúdo do seu programa.
"No dia em que soubemos que a tutela da administração pública ia ficar no Ministério das Finanças entregámos o nosso caderno reivindicativo e até agora não tivemos qualquer resposta", afirmou anteriormente à Lusa o dirigente sindical, referindo que uma das prioridades deste caderno é um aumento intercalar dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, "porque os trabalhadores não podem ficar sem qualquer aumento até 2025".
Sebastião Santana precisou ainda que se no final de outubro, aquando da aprovação da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) havia razões para os trabalhadores fazerem greve, estas razões são agora ainda maiores porque "os problemas só se agudizaram".
A par dos aumentos salariais, em que inclui a subida, durante o ano de 2024, para os 1.000 do salário mínimo no Estado, a Frente Comum reivindica ainda mudanças nas carreiras e no sistema de avaliação de desempenho, bem como de medidas de reforço dos serviços públicos.
Para Sebastião Santana, "nos serviços públicos o que se perspetiva é de abertura de portas ao setor privado" em setores como a saúde e a Segurança Social, ou seja, um "desfigurar absoluto da administração pública" que os trabalhadores não podem aceitar.
Com Lusa