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O primeiro Dia do Trabalhador em Liberdade: como foi o 1 de Maio há 50 anos?

Só em Lisboa, pelo menos 500 mil pessoas terão estado na rua. Mário Soares e Álvaro Cunhal apareceram lado a lado e abraçaram-se, celebrando a recentemente conquistada liberdade.

Elsa Gonçalves

Há 50 anos, milhares de pessoas saíram às ruas para festejarem o primeiro Dia do Trabalhador em liberdade. A celebração aconteceu uma semana após a Revolução do 25 de Abril.

À mesma hora, por todo o país, milhares voltaram, em 1974, a celebrar, sem amarras e com palavras de ordem não reprimidas, o 1.º de Maio.

O simbólico nome da avenida concentrou, em Lisboa, a liberdade de expressão, mas a multidão encheu também outras zonas da cidade.

Apenas uma semana depois da Revolução dos Cravos, a adesão popular nas ruas consolidava o fim de quatro décadas de ditadura.

No desfile e no comício realizado na tribuna do estádio da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho - que abril transformou em estádio do INATEL -, Álvaro Cunhal e Mário Soares estiveram lado a lado.

“Permitam-me que me volte para Álvaro Cunhal e o saúde como um grande resistente”, exclamou, na altura, o dirigente socialista, antes de abraçar o histórico líder comunista.

No primeiro dia de maio de 1974, já era possível sonhar livremente com um país em democracia, com soldados que já podiam regressar da guerra do Ultramar, com salários justos para os trabalhadores, e direitos - como o direito à greve, que permitiu, em 50 anos, dez greves gerais.

Em Lisboa, estima-se que terão estado 500 mil pessoas. Em todo o país, muitos milhares celebraram o dia que, há 50 anos, se tornou no feriado do Dia do Trabalhador.

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