Foi lançada uma petição pública para travar a alteração do logótipo do Governo. Os autores “repudiam” a decisão do primeiro-ministro de mudar o símbolo que consideram ser a “inovadora identidade visual”.
Luís Montenegro prometeu e cumpriu. Em dezembro, antes da campanha eleitoral para as eleições legislativas, garantiu que, se fosse eleito primeiro-ministro, deixaria de utilizar o novo símbolo institucional do Governo de António Costa. Na altura, a alteração de Costa tinha sido criticada por excluir a esfera armilar, as quinas e os castelos.
Eis que, quando Montenegro tomou posse como chefe de Governo repôs a esfera armilar, as quinas e os castelos. A mudança na identidade visual do Governo foi uma das suas primeiras decisões. Aliás, aconteceu logo após a posse do primeiro-ministro e dos 17 ministros.
Agora, a petição pública “contra a reversão da nova identidade visual do Governo” exige que a decisão seja “imediatamente parada”.
"Nós, o povo de Portugal, unidos além de fronteiras profissionais ou ideológicas, manifestamos por este meio nosso repúdio veemente e inabalável contra a recente decisão do Primeiro-Ministro Luís Montenegro de reverter a inovadora identidade visual do Governo de Portugal", escrevem.
Para os autores da petição, que soma, até esta sexta-feira à tarde, mais de 690 assinaturas, a escolha de “ignorar um trabalho de renome mundial desenvolvido pelo Studio Eduardo Aires” demonstra uma “perspetiva alarmantemente retrógrada”. Consideram ainda que a identidade visual é “tecnicamente inadequada e visivelmente obsoleta".
A alteração “desconsidera a vitalidade e a relevância da comunidade artística, criativa e de design” e “subestima a capacidade intelectual e crítica da população portuguesa”, dizem.
Os autores sinalizam que a anterior identidade visual do Governo, revogada por Luís Montenegro, foi totalmente “ignorada”.
"A exclusão da comunidade artística e criativa no processo decisório é um sinal claro de desrespeito pelo profissionalismo e pela inovação. Este ato não é apenas uma afronta à comunidade de design, mas um golpe contra a cultura de inovação e excelência que Portugal tem fomentado nas últimas décadas", lê-se ainda.