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Iniciativa Liberal admite integrar novo Governo "se for para mudar o país"

Durante o Conselho Nacional, no domingo, a direção do partido ouviu as intervenções dos conselheiros sobre a matéria, no entanto a decisão final está nas mãos do presidente Rui Rocha.

PAULO NOVAIS

SIC Notícias

A Iniciativa Liberal ainda não decidiu se quer ou não integrar o Governo da Aliança Democrática. Durante o Conselho Nacional, que decorreu no domingo, alguns conselheiros explicaram que se o convite surgir e o partido o rejeitar pode dar a imagem de que os liberais não assumem responsabilidades.

À entrada para o encontro, em Coimbra, Rui Rocha, presidente da IL, afirmou que o partido está disponível para integrar o Executivo dos sociais-democratas "se for para mudar o país" e se forem assegurados os interesses dos liberais.

"A Comissão Executiva (direção) não sabe muito bem o que fazer, está num impasse. Se formos desafiados e não entrarmos no Governo parece que não assumimos responsabilidades, se integrarmos o Executivo estamos sujeitos a ser engolidos pelo PSD e estarmos expostos a demasiados riscos", resumiu ao jornal Expresso um dos conselheiros que participou no encontro.

Outro conselheiro disse ao mesmo jornal que, neste momento, "há mais disponibilidade da direção para integrar o Governo", apesar de haver ainda reticências.

Se a IL aceitar uma eventual proposta de Luís Montenegro, o partido corre o risco de se tornar numa "muleta da AD" e de ser "penalizado nas urnas" se surgirem escândalos e erros governativos.

Durante o Conselho Nacional, a direção ouviu as intervenções dos conselheiros, no entanto a decisão final está nas mãos de Rui Rocha.

“Não cumprimos os objetivos eleitorais”

O Expresso escreve ainda que a discussão sobre as legislativas teve momentos de tensão, uma vez que vários conselheiros lembraram que o resultado obtido (oito deputados) representa "estagnação" e que o facto de o partido poder perder um deputado por Lisboa deve gerar preocupação.

"Não foi uma derrota estrondosa, mas não cumprimos os objetivos eleitorais e, pior do que isso, ficou à vista de todos a estagnação total do partido, que, neste momento, não serve para nada, deixou de ser 'cool' e está a perder gás em alguns centros urbanos importantes", disse Rafael Corte Real, durante a sua intervenção Conselho Nacional.

Rui Rocha cauteloso não abre o jogo sobre negociações

Já Rui Rocha e Bernardo Blanco consideraram que havia a noção de que a conjuntura política atual representaria um cenário complicado para a Iniciativa Liberal e que o partido alcançou o melhor resultado face ao que era possível.

O líder da IL não quis abrir muito o jogo sobre eventuais negociações com a Aliança Democrática.

"Há partes destas matérias que têm de ser geridas com prudência, com recado. Não é o momento de estarmos a partilhar esse tipo de questões publicamente, tomaremos uma posição logo que seja claro o sentido final da composição política dos próximos tempos", referiu, citado pelo Expresso.

Esta quinta-feira, Luís Montenegro, já indigitado primeiro-ministro, apresenta, em Belém, a constituição do novo Governo.

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