Dezenas de pais apresentaram queixa à Comissão Nacional de Proteção de Dados contra a empresa que já digitalizou a íris de 300 mil portugueses a troco de dinheiro.
Em entrevista à SIC, garantem que não autorizaram a recolha dos dados biométricos dos filhos ainda menores e acusam as autoridades portuguesas de negligência ao não suspenderem a atividade da Worldcoin, tal como fez Espanha.
A empresa garante que 18 anos é a idade mínima de cada utilizador, mas multiplicam-se as denúncias quem envolvem menores. Em entrevista à SIC, a mãe de um menor diz que nunca autorizou a recolha dos dados biométricos e, mesmo sem conta bancária, o filho com 16 anos conseguiu ter acesso ao dinheiro.
A íris é o elemento biométrico mais fiável do ser humano, mais até do que a própria impressão digital que, por vezes, apresenta falsos positivos. Não tem qualquer margem de erro, mas a autorização para a digitalização da íris pode, segundo os especialistas envolver perigos que os olhos menos atentos não veem.
Os especialistas temem que os dados biométricos recolhidos em Portugal venham depois a ser vendidos à custa da iliteracia digital dos utilizadores e de uma população carenciada financeiramente. O risco de esses dados irem parar a mãos criminosas e ao mercado negro aumentam, segundo peritos em cibersegurança.
Isto pode permitir que terceiros possam aceder, por exemplo, a serviços de saúde e até a contas bancárias alheias quando, no futuro, a Íris se tornar uma das principais formas de validação da identidade.
A Worldcoin, fundada pelo pai do ChatGPT há 5 anos, diz todavia não haver razões para receios e assegura total privacidade e segurança.
Em Espanha, a atividade da empresa já foi suspensa e outros países também abriram inquéritos. Em Portugal, a Worldcoin continua em pleno, apesar de à Comissão Nacional de Proteção de Dados já terem chegado várias queixas.